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Uma pesquisa avaliou, ao longo de 6 meses, a segurança e eficácia da vacina contra a Covid-19 da Pfizer em adolescentes e adultos que receberam duas doses do imunizante. O estudo randomizado duplo cego, em que nem os participantes nem os pesquisadores sabem quem recebeu a vacina ou o placebo, acompanhou 44.165 indivíduos com 16 anos ou mais, dos Estados Unidos, Argentina, Brasil, África do Sul, Alemanha e Turquia. Também participaram 2.264 pessoas de 12 a 15 anos, dos Estados Unidos.
Até março de 2021, dos 42.094 participantes com doze anos ou mais que não tinham evidência de infecção anterior por SARS-CoV-2, 927 tiveram Covid-19 após a segunda dose, destes 77 tinham recebido a vacina e 850 placebo, o que corresponde a uma eficácia de 91,3% do imunizante.
Os resultados do trabalho foram publicados no periódico The New England Journal of Medicine, em 15 de setembro. No Brasil, o estudo foi coordenado por Edson Moreira, pesquisador da Fiocruz Bahia. De acordo com o artigo, a vacina “apresentou um perfil de segurança favorável e foi altamente eficaz na prevenção da Covid-19”. As análises fazem parte de um protocolo de monitoramento da segurança e eficácia do imunizante por 2 anos após a segunda dose para os participantes que receberam a vacina durante o estudo, e por 18 meses após a segunda dose para os que receberam placebo e foram vacinados depois do desbloqueio do sigilo.
Resultados
Entre o 11º dia após a primeira dose até o recebimento da segunda, a eficácia foi de 91,7%, alcançando o pico 2 meses após a segunda dose, com 96,2%. Depois de 4 meses a proteção foi de 90,1% e em 6 meses reduziu para 83,7%. Os dados também apontam que a eficácia do imunizante foi maior no grupo de pessoas com evidência de infecção anterior pelo SARS-CoV-2. Tiveram a forma grave da doença 31 participantes, destes 30 eram receptores de placebo, o que representa 96,7% de eficácia contra a Covid-19 grave. Embora a eficácia da vacina tenha sido ligeiramente inferior nos países da América Latina, o imunizante teve uma eficácia de aproximadamente 86% na Argentina e no Brasil.
A variante Beta, dominante na África do Sul durante o período da pesquisa, foi a que teve maior neutralização pelo imunizante. Nove casos de Covid-19 foram observados em participantes sul-africanos sem evidência de infecção anterior pelo vírus, todos tinham recebido placebo, correspondendo a uma eficácia de 100%. “A avaliação da eficácia da vacina contra variantes do SARS-Cov-2, incluindo a variante Delta, poderá ser realizada até o final do acompanhamento”, explica Edson Moreira.
No texto, os autores relatam que nenhum novo problema de segurança, bem como de eventos adversos atribuídos à vacina foram identificados. Os eventos adversos variaram de leve a moderado, com poucos eventos graves. As principais reações adversas relatadas no artigo foram a diminuição de apetite, letargia, astenia, mal-estar, suores noturnos e hiperidrose. Não houve caso de miocardite.