Tuberculose: progressão de infecção latente para ativa pode ser detectada por expressão gênica

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Pesquisadores da Fiocruz Bahia realizaram um estudo de expressão gênica com base na resposta imunológica de pacientes com tuberculose, para identificar biomarcadores de sangue associados à progressão de infecção latente da doença. Prever quando um indivíduo com tuberculose latente desenvolverá a tuberculose ativa, fase em que ocorre a transmissão do bacilo através da tosse, colabora para a interrupção do ciclo de transmissão da doença, com o início precoce do tratamento. 

Os achados da pesquisa podem contribuir para o desenvolvimento de um teste rápido de sangue que possa prever a progressão da tuberculose ativa em pessoas com infecção ainda latente e distinguir a forma ativa da doença de outras doenças pulmonares. Os testes de diagnóstico disponíveis são feitos pelo escarro e detectam a infecção já ativa. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 1,4 milhão de pessoas morreram por doenças relacionadas à tuberculose em 2019.

No artigo publicado no Scientific Reports, periódico associado à Nature, os cientistas, liderados pelo professor colaborador da Fiocruz Bahia, Adriano Queiroz, descreveram a análise realizada com 35 voluntários, dos quais 17 tinham tuberculose ativa e 18 eram do grupo controle. Desses últimos, sete tinham tuberculose latente, seis não estavam infectados e cinco eram pacientes com asma. 

De acordo com o estudo, de quase 600 genes analisados, foram identificados 30, sendo sete capazes de distinguir tuberculose ativa da infecção latente, com sensibilidade e especificidade entre 82% e 100%, e outros nove genes distinguiram a tuberculose ativa de outras doenças pulmonares, com sensibilidade e especificidade de 100%. 

Os autores explicam que a OMS identificou a urgência no desenvolvimento de um teste rápido para a doença baseado em biomarcadores, fáceis de realizar e implementar nos postos de saúde, com alta sensibilidade e capaz de diagnosticar adultos e crianças, e tuberculose pulmonar e extrapulmonar. Esses resultados podem ajudar no desenvolvimento dessas novas ferramentas para o diagnóstico e prognóstico da tuberculose e superar as limitações dos testes atualmente disponíveis, que apresentam baixa sensibilidade, longo tempo de execução e exigência de coleta de amostras de escarro. Os alvos ainda precisam ser validados em estudo com quantidade maior de participantes.

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