Tese avalia teste para melhorar diagnóstico da leishmaniose visceral canina.

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AUTOR: Lairton Souza Borja
ORIENTADORA: Deborah Bittencourt Mothé Fraga
TÍTULO DA TESE: “Desenvolvimento de teste imunodiagnóstico baseado em antígenos recombinantes para leishmaniose visceral canina.”
PROGRAMA: Doutorado em Patologia Humana- UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 10/11/2017

RESUMO

A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma importante doença para saúde pública no Brasil. Sendo assim, o Ministério da Saúde (MS) preconiza como medida de controle da leishmaniose visceral no país o diagnóstico rápido e eutanásia dos cães soropositivos nas áreas endêmicas. Com isso, no presente grupo 6 proteínas recombinantes (rLci1, rLci2, rLci4, rLci5, rLci8 e rLci12) foram selecionados por técnicas sorológicas pois estes representavam as melhores performances no diagnóstico da LVC. O presente estudo visa produzir um teste imunodiagnóstico utilizando os antígenos previamente selecionados, em conjunto ou individualmente, que possa melhorar a performance do diagnóstico da LVC preconizado pelo MS no Brasil. Para avaliação das proteínas recombinantes nos ensaios sorológicos, amostras positivas e negativas foram selecionadas de uma soroteca com base no teste parasitológico de cultura de aspirado esplênico e teste molecular de PCR em tempo de real de aspirado esplênico. Inicialmente, para avaliação em plataforma imunocromatográfica, dois protótipos de teste rápido DPP utilizando as proteínas recombinantes, DPP I (rLci1, rLci2, rLci8, rLci12 e rLci5) e o DPP II (rLci1, rLci2, rLci8, rLci12 e rLci4) foram produzidos. Estes testes foram avaliados frente a um painel de 45 amostras positivas e 15 amostras negativas. Conjuntamente, as proteínas recombinantes foram triadas na plataforma ELISA frente a um painel de 135 amostras de soro, sendo destas 73 de cães positivos (sintomáticos e assintomáticos) e 62 de cães negativos (negativos e cães com outras infecções). Em seguida, para validação do teste ELISA rLci5 foram selecionadas 364 amostras advindas de um estudo de corte transversal na região endêmica de Camaçari/BA, sendo 183 positivas (sintomáticos e assintomáticos) e 181 negativas, e 31 amostras de cães infectados com Tripanosoma cruzi.

O DPP 1 obteve 84% de sensibilidade e o DPP 2 obteve 71% de sensibilidade. Ambos protótipos obtiveram 100% de especificidade. O DPP®LVC obteve 82% de sensibilidade e especificidade de 100%. Na triagem dos antígenos no ELISA, a proteína rLci5 foi a única que apresentou performance estatisticamente superior ao teste EIE®LVC, apresentando sensibilidade de 89% para os cães sintomáticos, 71% para os cães assintomáticos e 94% de especificidade. O EIE®LVC detectou 73% dos cães sintomáticos, 54% dos cães assintomáticos e apresentou 88% de especificidade. Com isso, a proteína rLci5 foi selecionada para compor um teste ELISA final e a validação desse teste apresentou 83% de sensibilidade, 94% de especificidade e 90% de acurácia. Testando o EIE®LVC frente ao mesmo painel de soros, este apresentou resultado inferior ao ELISA rLci5, apresentando 67% de sensibilidade, 87% de especificidade e 77% de acurácia. Por fim, foi avaliado o atual protocolo de diagnóstico da LVC do MS que utiliza o DPP®LVC como teste de triagem e o EIE®LVC como teste confirmatório, e comparado com um protocolo modificado, em que ocorreu a substituição do EIE®LVC pelo ELISA rLci5. O atual protocolo apresentou sensibilidade de 59%, especificidade de 98% e acurácia de 80%, enquanto que o protocolo modificado apresentou sensibilidade de 71%, especificidade de 99% e acurácia de 86%. Com isso, concluímos que o ELISA rLci5 é um teste promissor que pode substituir o teste EIE®LVC e aumentar a performance do diagnóstico da LVC no Brasil.

Palavras-chave: Imunodiagnóstico; Proteínas recombinantes; Leishmaniose visceral canina.

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