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Autoria: Carolina Thé Macedo
Orientação: Milena Botelho Soares
Título da tese: “AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DA TERAPIA COM G-CSF PARA A MELHORA DOS SINTOMAS EM PACIENTES PORTADORES DE CARDIOMIOPATIA CHAGÁSICA CRÔNICA: ENSAIO CLÍNICO FASE II, PROSPECTIVO, BICÊNTRICO, DUPLOCEGO, RANDOMIZADO E CONTROLADO POR PLACEBO”
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 09/12/2020
Horário: 14h
Local: Sala Virtual do Zoom | ID da reunião 914 1435 9387
RESUMO
Introdução: A cardiomiopatia chagásica crônica (CCC) é uma condição clínica potencialmente fatal, sendo responsável pela maior parte da morbimortalidade da doença de Chagas crônica. Apesar do mecanismo fisiopatogênico único, o tratamento padrão da CCC é semelhante ao esquema terapêutico para insuficiência cardíaca(IC) de outras etiologias. Sendo uma doença negligenciada, uma nova abordagem terapêutica é de extrema necessidade, e o reposicionamento de medicamentos já usados na prática clínica é uma estratégia de pesquisa muito usada atualmente por ser considerada mais rápida e potencialmente eficaz para o desenvolvimento de um novo tratamento. Estudos anteriores mostraram que o fator estimulador de colônias de granulócitos (G-CSF) melhora a função cardíaca em modelos animais de CCC e também em ensaios clínicos de IC de outras etiologias. Nesse estudo, realizamos um ensaio randomizado duplo-cego controlado por placebo com objetivo de avaliar a eficácia e a segurança da terapia com G-CSF com o uso concomitante de terapia padrão para IC em pacientes com CCC. Métodos: Na Bahia, Brasil, foram incluídos 37 pacientes com cardiomiopatia chagásica, idade entre 20 e 75 anos, classe funcional IIa IV da New York Heart Association (NYHA) e fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) ≤ 50%. Todos os pacientes receberam tratamento padrão para IC por dois meses antes da randomização para o grupo G-CSF (10 mcg / kg / dia) ou placebo, ambos associados a manutenção do tratamento para IC. O desfecho primário foi a estabilização ou melhora da classe funcional desde o início até 6 e 12 meses após o tratamento. A análise estatística foi por intenção de tratar. Resultados: As características basais dos pacientes foram bem equilibradas entre os grupos. A maioria dos pacientes apresentava insuficiência cardíaca em classe II da NYHA (86,4%) e, em ambos os grupos, uma baixa media FEVE (32% ± 7 no grupo G-CSF e 33% ± 10 no grupo placebo). A frequência do desfecho primário em 6 meses foi de 78% vs 66% (p: 0,40) e aos 12 meses foi de 68% vs 72% (p: 0,8) nos grupos placebo e G-CSF, respectivamente. Em relação ao perfil de segurança, o G-CSF era seguro, sem qualquer adverso grave relacionado ao tratamento teste e nenhuma diferença na mortalidade em comparação com o grupo placebo. Embora a análise exploratória dos desfechos secundários não tenha sido estatisticamente significativa, o consumo máximo de oxigênio (VO2máx) mostrou uma tendência de melhora no grupo G-CSF aos 12 meses. Conclusão: A terapia com G-CSF no CCC é segura e bem tolerada, porém sua eficácia na prevenção da progressão dos sintomas não pôde ser demonstrada pelo presente estudo. Palavras-chave: Doença de Chagas, Cardiomiopatia chagásica, Fibrose, Imunomodulação, G-CSF.