Risco de transmissão de dengue, zika e chikungunya por transfusão de sangue é baixo, aponta estudo

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Durante o surto dos arbovírus no Brasil, um estudo, coordenado pela pesquisadora Camila Indiani de Oliveira, da Fiocruz Bahia, foi realizado para avaliar o grau de risco de transmissão de Dengue, Zika e Chikunguya através de transfusão de sangue. A pesquisa foi feita após a constatação de infecção dessas doenças decorrente de transfusão de sangue contaminado pelos vírus, em alguns lugares do mundo. O trabalho foi descrito no artigo “Surveillance of donated blood during the 2016 arbovirus outbreak in Brazil”, publicado no Journal of Medical Virology.

Na pesquisa realizada na Fiocruz Bahia, em colaboração com pesquisadores da Fiocruz Paraná, da Universidade Federal da Bahia (UFBA/ campus Vitoria da Conquista) e do Instituto de Biologia Molecular do Paraná, as amostras de sangue de 676 doadores saudáveis usadas no estudo foram colhidas pelo Serviço de Hemoterapia do Sudoeste na cidade de Vitória da Conquista (BA), área com alto número de casos dessas doenças no período de 2015 e 2016.

Os autores verificaram que em nenhuma amostra de sangue foi detectada presença de vírus da Dengue, Zika ou Chikunguya, apesar do aumento de casos durante o período. Esses números diferem do resultado encontrando na Polinésia Francesa, por exemplo, onde foram colhidas 1505 amostras de sangue e 42 amostras (3%) foram positivas para Zika, embora os doadores não manifestassem sintomas na época da doação de sangue. Outro estudo realizado, em Ribeirão Preto (SP), mostrou que das 1393 amostras de sangue testadas, 2,7% foram positivas.

Apesar do número alto de casos de Dengue na área de Vitória da Conquista, comparado ao número de casos de Zika e Chikungunya, tal resultado sugere que o risco de contaminação por transfusão de sangue é baixo. Suspeita-se que os resultados positivos nas outras áreas são decorrentes dos números muito mais elevados de casos confirmados. Os pesquisadores sugerem uma estratégia de vigilância mais ativa para que haja controle da transmissão de arbovírus por transfusão sanguínea, por exemplo, especialmente na iminência de surtos como foi observado recentemente no Brasil.

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