Pesquisadores da Fiocruz Bahia demonstram grande variação na composição microbiana da pele em pacientes com leishmaniose cutânea

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25-the-microbiological-signature-of-humanPublicado na revista Memórias do Instituto Oswaldo Cruz, o estudo coordenado pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia, Aldina Barral e Vanessa Salgado, identificou o microbioma de lesões de leishmaniose cutânea localizada (LCL) e a redução acentuada da diversidade bacteriana nestas lesões. A equipe de pesquisadores testaram a hipótese de que as comunidades bacterianas em lesões LCL são diferentes das encontradas na pele saudável.

Com a participação de especialistas da Universidade Federal da Bahia (UFBA), do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em Doenças Tropicais, Instituto de Investigação em Imunologia e da Universidade de São Paulo (USP), os resultados da pesquisa foram publicados no artigo The microbiological signature of human cutaneous leishmaniasis lesions exhibits restricted bacterial diversity compared to healthy skin.

A leishmaniose cutânea localizada (LCL) é a forma mais comum da doença e é caracterizada por úlceras crônicas indolores simples ou múltiplas, que comumente se apresenta com infecção bacteriana secundária. Os pesquisadores realizaram uma análise comparando o sequenciamento de 16S RNA – obtido a partir do isolamento do DNA bacteriano ­– de amostras de pele saudável e pele com leishmaniose, coletadas em feridas de 10 participantes (2 mulheres e 8 homens), com média de idade de 35 anos, que moram na área endêmica há uma média de 32 anos e apresentavam lesões cutâneas ulceradas clinicamente comprovadas, como leishmaniose cutânea.

Resultados – O estudo mostrou que a microbiota de lesões cutâneas em pacientes com leishmaniose, que residem em área de grande predominância do Leishmania braziliensis, apresenta menor diversidade bacteriana se comparadas às amostras de pele saudável.

A redução da diversidade bacteriana significativa nas microbiotas das lesões LCL revelaram a predominância de bactérias estreptococos e espécies anaeróbicas estritas e facultativas. Estas últimas estariam vivendo em simbiose, criando um microambiente com pouco oxigênio nas lesões LCL e podendo contribuir na persistência da Leishmania. O sistema imune inato também proporciona um ambiente favorável à resistência de algumas bactérias comensais, prejudicando outras espécies não adaptadas.

Clique aqui e leia o artigo completo, publicado em abril de 2016.

Fonte: Ascom Fiocruz Bahia

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