Resposta de teste rápido para esquistossomose é analisada em dissertação

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Autoria: Ronald Alves dos Santos
Orientação: Ricardo Riccio Oliveira
Título da dissertação: “Avaliação do padrão de resposta do teste rápido em urina para o diagnóstico da esquistossomose, POC-CCA, em uma população de elevada endemicidade no Estado da Bahia”
Programa: Pós-Graduação em Patologia
Data de defesa: 17/12/2021
Horário: 14h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: A esquistossomose é uma doença negligenciada causada por helmintos do gênero Schistosoma, e reconhecida como um importante problema de saúde pública que afeta especialmente as comunidades mais pobres ao redor do mundo. A esquistossomose possui uma ampla distribuição ao redor do mundo, porém, está restrita apenas às zonas tropical e subtropical, onde vivem os parasitos e seus hospedeiros intermediários, fator esse que influencia diretamente na distribuição global da doença. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) as pessoas mais suscetíveis a contrair a esquistossomose são as que habitam áreas carentes, cuja fonte de renda principal seja a pesca ou a agricultura em rios e lagos com caramujos infectados. O diagóstico atualmente é realizado por exame parasitológico de fezes, pelo método Kato-Katz, o que representa uma limitação dos estudos e inquéritos parasitológicos, considerando o cenário epidemiológico atual do Brasil. Alguns testes diagnósticos estão sendo propostos e avaliados em todos o mundo, dentre eles, destaca-se o teste rápido em urina POC-CCA. OBJETIVO: Determinar a frequência de positividade do teste rápido em urina para o diagnóstico da esquistossomose, POC-CCA, em uma população de alta prevalência no estado da Bahia, antes e após o tratamento da esquistossomose. METODOLOGIA: Trata-se de uma coorte realizada no município de Conde-BA, localizado a cerca de 170 km de Salvador-BA. Foram incluídos indivíduos de ambos os sexos com idade entre 4 e 70 anos que entregaram amostras de fezes e urina. As amostras de fezes foram utilizadas para a confecção de duas lâminas de Kato-Katz, e as de urina para a execução do POC-CCA e tira reagente de urina. Para as análises do póstratamento, todos os indivíduos que receberam o tratamento para a esquistossomose e enviaram amostras de fezes e urina foram incluídos. O acompanhamento foi realizado em cinco momentos: avaliação pré-tratamento (D0), tratamento (D30), controle de cura (D30), acompanhamento 180 (D180) e 360 (D360) dias após tratamento. RESULTADOS: Foi identificada a presença de ovos de S. mansoni em 189 indivíduos (55,59%) com mediana da carga parasitária de 36 (12–108) ovos por grama de fezes (OPG). Para a avaliação do POCCCA das 273 amostras no D0, 58,24% (n=159) foram positivas para o Antígeno Catódico Circulante (CCA), destes, 18,32% (n=50) foram considerados falso-negativos; 19,05% (n=52) falso-positivos; 23,44% (n= 64) verdadeiro-negativos e 39,19% (n=107) verdadeiro-positivos. Demonstramos ainda que a densidade da urina é um fator que interfere no desempenho do OC-CCA, onde urinas com densidade mais elevada aumentar a chance de resultados falso negativos no POC-CCA CONCLUSÃO: O POC-CCA, apesar de apresentar uma frequência de resultados positivos maior do que a trazida por duas lâminas de Kato-Katz, apresenta um número considerado de falso-negativos, especialmente entre os indivíduos com baixa carga parasitária. O POC-CCA mostrou as mesmas falhas que o Kato-Katz, no que diz respeito a sensibilidade em amostras com baixa carga parasitária, além disso, o método demonstrou sofrer influência da densidade urinária. Por essa razão a utilização em larga escala do POCCCA não pode ser recomendada em seu formato atual. É possível que a adequação do teste ou do estado do paciente, como a recomendação de hidratação do paciente antes da coleta de material, ou utilização de solução tampão durante a aplicação da amostra, possam auxiliar na melhoria de desempenho deste teste em regiões de alta endemicidade do Brasil.
PALAVRAS CHAVE: Schistosoma mansoni; Diagnóstico; POC-CCA.

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