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Seguindo a programação de 2022, o projeto Meninas Baianas na Ciência realizou seu terceiro evento na tarde desta terça-feira (27/9). Com a presença de estudantes de oito colégios da rede pública, o encontro contou com uma palestra realizada pela pesquisadora e coordenadora do Curso de Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) Deborah Fraga. Em seguida, as alunas assistiram a experimentações com testes sorológicos e de extração de DNA de frutas, preparadas por doutorandos do PgBSMI e discentes de iniciação científica.
O ciclo de palestras realizadas pelas pesquisadoras da Fiocruz Bahia tem o objetivo de compartilhar as experiências das mulheres que fazem ciência. A pesquisadora Deborah Fraga narrou as dificuldades e vitórias que obteve em sua trajetória e os impactos sentidos por ser uma mulher. “Durante o meu mestrado tive que estudar com minha filha, a mais velha, ainda pequena. Estava sozinha, com meu marido, e a gente se revezou nos cuidados. Nós passamos por essas dificuldades, mas é possível”, conta. “Hoje minhas filhas são duas mulheres. Fui muito feliz com a formação delas e quero ajudar a formar outras mulheres”.
Entre as próprias inspirações, Fraga coloca outras pesquisadoras da instituição, como a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, a vice-diretora de Ensino e Informação, Claudia Brodskyn, a pesquisadora Patrícia Veras e a atual presidente da Fiocruz, Nísia Trindade. De acordo com ela, faz toda a diferença contar com a presença de mulheres na ciência. “Patrícia Veras foi a primeira mulher que eu tive como orientadora, até então eu só tinha tido homens. E foi uma parceria diferente. É importante nos apoiarmos, enxergamos as dificuldades uma da outra. Espero que vocês encontrem mulheres que inspirem vocês também”.
A aluna de iniciação científica Stefane Calmon compartilha dos objetivos apresentados. “No meu ensino médio eu tive a oportunidade de participar de um programa de Iniciação Científica Júnior. Isso é sensacional, que uma instituição de pesquisa esteja promovendo esse encontro e mostrando o que é a ciência para as meninas”.
Uma das cinco alunas sorteadas para participar de um estágio na Fiocruz Bahia é a aluna do Colégio Estadual da Bahia – Central, Adriele Costa. A jovem de 17 anos está acompanhando as atividades das linhas de pesquisa de Deborah Fraga, ela comenta que o insetário também vem chamando sua atenção. “Lá tem a dissecção, a alimentação das larvas. É muito interessante”, relata. “Para mim, que sempre quis estar nessa área da ciência, essa é uma oportunidade maravilhosa. Como Dra. Deborah explicou, tem várias mulheres no laboratório. Isso é uma inspiração”.
Impressões das participantes
Professora de inglês no Colégio Estadual Eduardo Bahiana, Márcia Ramos afirma que os dias de evento do Meninas Baianas na Ciência são precedidos pela animação das jovens estudantes. “Elas já são bastante interessadas, mas eu espero que esse projeto possa desenvolver ainda mais o interesse delas pela ciência e que elas possam passar isso para seus colegas”, declara.
A docente de biologia Jânia Lordelo, do Colégio Estadual Deputado Rogerio Rego, acrescenta outros ganhos que vislumbra com o projeto. “Tem sido uma experiência maravilhosa porque as meninas podem visualizar outros mundos. Eu acho importante esse espírito de descoberta, de curiosidade, de investigação, que elas passam a ver na prática e não só aquele estudo bancário, para as provas. É um estudo para a vida”, assegura.
Evelin Maria, 17, também aluna do Colégio Central, demonstrou estar bastante interessada na palestra da professora Deborah. É que, assim como a pesquisadora, ela deseja ser uma médica veterinária. Para Evelin, a participação no projeto foi essencial para esse encaminhamento. “A primeira vez que eu vim aqui, nem tinha nada em mente. Quando cheguei aqui e vi na prática que seguir essa carreira pode levar a tantos outros caminhos, eu fiquei muito mais interessada”, diz.
Sobre o projeto
O projeto Meninas Baianas na Ciência é realizado com o apoio da 2ª chamada Garotas STEM, do British Council e Fundação Carlos Chagas e o apoio da Secretaria de Educação do Estado da Bahia. Com a coordenação das pesquisadoras Isadora Siqueira, Karine Damasceno e Natália Machado, o projeto tem uma programação de encontros prevista até novembro. Ao final será concedido um certificado de participação para as estudantes.
Nesta edição, participam do projeto alunas do Colégio Estadual Deputado Rogerio Rego; Colégio Estadual Heitor Villa Lobos; Colégio Estadual Mãe Stella; Colégio Estadual Cosme de Farias; Colégio da Polícia Militar – Unidade I/Dendezeiros; Colégio Estadual Eduardo Bahiana; Colégio Estadual da Bahia Central; e Escola Estadual Deputado Naomar Alcântara.