Projeto de pesquisadores da Fiocruz Bahia recebe prêmio DASA de Inovação Médica

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Desenvolvido nos últimos dez anos, o PathoSpotter é um sistema de Inteligência Artificial que pode auxiliar o diagnóstico de doenças em tecidos renais por meio de imagens obtidas por biópsias. Pelo potencial de transformação que o programa pode proporcionar na área de diagnósticos patológicos, o sistema recebeu o título de grande destaque na categoria de Inovação em Medicina Diagnóstica de 2022 do Prêmio DASA de Inovação Médica, com curadoria da Veja Saúde. A premiação ocorreu de forma virtual, no dia 23 de novembro.

O projeto foi realizado por meio de parceria entre o Laboratório de Patologia Estrutural em Molecular da Fiocruz Bahia, o Laboratório de Computação de Alto Desempenho (LCAD) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) e o Intelligent Vision Research Lab (Ivisionlab) da Universidade Federal da Bahia, com coordenação dos pesquisadores, Washington LC dos-Santos da Fiocruz Bahia, Angelo Duarte da UEFS e Luciano Oliveira da UFBA.

Por meio de cada imagem inserida no sistema, ele buscará fazer uma análise rápida e de alta precisão das lesões, auxiliando patologistas a obterem um diagnóstico mais facilmente. A tecnologia continuará a se aperfeiçoar à medida que for utilizada. Segundo o site do Prêmio DASA, o PathoSpotter foi escolhido por oferecer uma “perspectiva real de um programa que melhora, acelera e amplifica o trabalho desses profissionais — o que, no fim, culmina em diagnósticos e tratamentos mais certeiros contra enfermidades que afligem os rins e o fígado”.

“Esse sistema permitirá ao patologista uma avaliação mais rápida e mais acurada das biópsias hepáticas e renais. Vai ajudar na formação de patologistas no diagnóstico de doenças hepáticas e renais, na qual há muita carência no Brasil. Doenças hepáticas e renais têm uma grande importância em saúde pública. Um sistema computacional que ajude a ampliar o diagnóstico precoce dessas doenças permitirá medidas de tratamento e prevenção da progressão”, afirma o professor Washington.

“Esse prêmio é muito importante para o PathoSpotter por representar um reconhecimento da importância do nosso trabalho e por ter sido indicado por uma equipe de pesquisadores renomados”, considera o cientista. De acordo com Santos, o sistema foi idealizado para oferecer maior suporte aos médicos patologistas de todo o país.

O pesquisador contou que a ideia por trás do sistema veio de seu hábito de fotografar as lâminas de lesões de doenças renais que estuda. Com mais de 100 mil imagens acumuladas, ele buscou o apoio do professor Angelo Duarte, do LCAD, para o desenvolvimento do sistema. Com a posterior integração do coordenador do Ivisionlab, o professor Luciano Oliveira, e da professora Michele Fúlvia Angelo da UEFS, o projeto ganhou corpo. Desde 2017, o grupo de pesquisadores tem publicado uma série de artigos demonstrando a capacidade do sistema de auxiliar o diagnóstico de doenças renais.

“Hoje, o projeto PathoSpotter conta com uma rede de colaboradores de vários estados do Brasil e do exterior é uma produção científica e tecnológica consiste na área”, conta Washington. O projeto também recebeu o apoio do Programa Fiocruz de Fomento à Inovação, o Inova Fiocruz. Os pesquisadores continuam a buscar financiamento para garantir uma equipe de profissionais inteiramente dedicados ao desenvolvimento do sistema.

A versão preliminar do sistema está disponível para teste neste link:

https://pathospotter.bahia.fiocruz.br/

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