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“O desafio de quem financia a pesquisa científica é saber identificar o que interessa ao país. E o que o Cidacs faz interessa ao Brasil”, definiu Raquel Coelho, analista sênior do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), na inauguração do novo datacenter do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), no Parque Tecnológico da Bahia, nesta quinta-feira, 9 de junho. O evento foi marcado pela presença de diretores, pesquisadores e técnicos de diferentes unidades da Fiocruz no país, além de representantes de diversas instituições de ciência e tecnologia do Brasil e do mundo.
No campo da pesquisa científica, o Datacenter Container possibilita um maior armazenamento e integração de dados sociais e de saúde que permitem à ciência obter informações sobre determinantes sociais da saúde, aspectos epidemiológicos relacionados a diversas doenças, avaliações de políticas públicas. Dessa forma, o Cidac despertou o interesse de órgãos nacionais e internacionais interessados em entender as dinâmicas de determinadas doenças, baseada em contextos demográficos, sociais, econômicos, entre outros.
O coordenador-geral de Ações Estratégicas em Pesquisa Clínica do Departamento de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde (Decit/MS), Max Nóbrega, foi um dos presentes à mesa de abertura e destacou a importância do Cidacs para ciência brasileira, frisando a expertise do Cidacs/Fiocruz na gestão de grandes volumes de dados com muita segurança da informação: “A gente veio aqui para aprender com experiência do Cidacs, sobretudo, quanto a questão da privacidade de dados sensíveis”. E com o datacenter esses processos devem ser ainda mais otimizados.
Em vídeo enviado para a cerimônia, a presidente da Fiocruz Nísia Trindade comentou a importância do Datacenter: “Este equipamento poderá aprimorar a análise de dados com segurança e velocidade”, pois ele irá expandir a capacidade de análise de dados administrativos e de saúde, além de aumentar a capacidade de absorver e impulsionar novos projetos de pesquisa que venham para melhorar a saúde pública no Brasil, através da compreensão de análises mais complexas sobre determinantes sociais e impactos de políticas de saúde.
Diante destas potencialidades, Alexandre Menezes, vice-presidente da Global Health Strategies (GHS), que representa a Fundação Bill and Melinda Gates no Brasil, declara como ele enxerga a importância do trabalho realizado pelo Cidacs: “Olho para o Centro como um tesouro capaz não só de oferecer dados de saúde para a população, mas que segue inspirando todo o ecossistema da pesquisa científica em saúde, pois possui a singularidade do volume e a qualidade dos dados, além da capacidade da pesquisa brasileira e do compromisso com a equidade social”.
Fazendo história
Mais de 70 artigos publicados, parcerias nacionais, internacionais, vitórias em diversos editais internacionais. O Cidacs já tem muito o que comemorar e o Datacenter nasce pela perspectiva de que é possível e necessário fazer ainda mais. No entanto, tamanha repercussão foi contextualizada no sentido do trabalho e das parcerias que foram fundamentais para elevar o Cidacs ao patamar que alcançou nesta data. Sobre isso, o coordenador do Cidacs, Mauricio Barreto, ressalta: “Só chegamos até aqui porque nos articulamos e tivemos parceiros que entenderam nossas potencialidades e nos permitiram esse crescimento”.
A história de parceria do Cidacs vem desde antes, na concepção, e desde que nasceu o Cidacs se instalou no Parque Tecnológico, estrutura pertencente à Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti). O superintendente de Inovação da secretaria Agnaldo Freire, representou a pasta e fez questão de frisar como era importante ter uma instituição que faz pela ciência o que o Cidacs faz e que leva o nome da Bahia para o mundo.
O coordenador do Cidacs Mauricio Barreto durante sua fala também relembrou que o Centro foi referência para a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e um dos artigos dessa Lei permite e viabiliza o uso de dados na pesquisa em Saúde Pública. Barreto também lembrou dos achados, do compromisso de entender determinantes sociais para o panorama da saúde pública no Brasil e alguns resultados que as pesquisas realizadas pelo Cidacs alcançaram.
Em clima de comemoração, o Cidacs foi destacado como uma importante parte de uma instituição tão renomada quanto a Fiocruz. “É impressionante ver o quanto o Cidacs já produziu e cresceu, por isso, fico envaidecida por este Centro pertencer a Fiocruz. É bom saber que vocês fazem parte do IGM”, disse Marilda Goncalves, diretora do Instituto Gonçalo Moniz (IMG – Fiocruz Bahia), representante da presidência da Fiocruz no evento.
Pioneirismo
Agora, além de contar com o maior estudo de saúde populacional do mundo, a Coorte de 100 Milhões, com mais de 130 milhões de indivíduos registrados, o Cidacs passa a contar também com um equipamento capaz de proporcionar mais estabilidade nos processos de análise. Sobre esse pioneirismo, Raquel Coelho, diretora substituta de Ações Estratégicas de Ciências Agrárias, Biológica e da Saúde do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), presente no evento de inauguração, afirmou que um grande desafio de quem financia pesquisa científica é saber diferenciar a pesquisa que vai interessar ao país. O CNPq foi um dos financiadores do datacenter, junto à Fundação Bill e Melinda Gates.
Com tanto os frutos sendo comemorados, o sentimento de orgulho é que marcou o evento. E foi compartilhado entre os pesquisadores na perspectiva de que agora, mais do que nunca, será possível proporcionar ainda mais parcerias no campo da pesquisa científica em saúde, conforme ressalta a professora Suani Pinho, Chefe de Gabinete da Reitoria da Universidade Federal da Bahia que representou o Reitor João Carlos Salles na mesa de abertura. “Duas marcas registrada do Cidacs são a excelência e compromisso social com o propósito de integração de dados em saúde. Para nós, da Ufba, é um grande orgulho fazer parte dessa parceria”, declarou Suani.
E um dos nossos parceiros nessa jornada foi o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai/Cimatec), representado pela coordenadora de Pesquisa da Pró-Reitoria, Josiane Dantas, que também relembrou como o Cidacs tem parceria com a instituição, através do uso dos espaços do Senai, e que está feliz em ter colaborado para esse crescimento do Centro. O Cidacs utiliza o espaço de supercomputação do Senai, onde fica nosso primeiro computador de alto desempenho, o Omolu.