Prevalência, diagnóstico e características clínicas da sífilis são analisadas em tese

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Estudante: Alan Oliveira Duarte
Orientação: Isadora Cristina de Siqueira
Título da tese: Prevalência, diagnóstico laboratorial e características clínicas da sífilis na gestação e sífilis congênita.
Programa: Pós-Graduação em em Patologia Humana e Experimental
Data de defesa: 23/07/2024
Horário: 09h00
Local: Sala Virtual do Zoom
ID da reunião: 875 4155 4428
Senha: defesa

Resumo

INTRODUÇÃO: A sífilis vem demonstrando crescimento no número de casos no Brasil, apesar de possuir diagnóstico laboratorial e tratamento disponíveis. A sífilis congênita (SC) levanta grande preocupação pelo risco de ocorrência de abortos espontâneos, natimortos, e o risco do surgimento de sequelas no desenvolvimento neonatal. A cidade de Salvador, Brasil, tem apresentado crescimento do número de
casos nos últimos anos. OBJETIVO: realizar um acompanhamento epidemiológico dos casos de sífilis congênita em duas maternidades de Salvador e aplicar um teste molecular no diagnóstico laboratorial da sífilis em amostras de líquor de neonatos com suspeita de SC. MATERIAL E MÉTODOS. O estudo contou com duas etapas, desenvolvidas em duas maternidades de Salvador, Brasil. Na Maternidade José Maria
de Magalhães Netto (MRPJMMN), foi conduzido um estudo retrospectivo documental entre 2020 e 2022 que avaliou fichas de notificação de casos de SC entre 2016 a 2019, analisando a frequência absoluta e relativa de casos por ano e descrevendo os dados sociodemográficos, laboratoriais e clínicos de mães e neonatos. Na Maternidade Maria da Conceição de Jesus (MMCJ), foi desenvolvido um estudo de corte transversal descritivo entre 2022 e 2023 que incluiu parturientes que apresentaram sorologia positiva para sífilis e seus neonatos, que contou com a coleta de amostras biológicas de líquido cefalorraquidiano (LCR) de recém-nascidos suspeitos de SC para realizar ensaio de amplificação do gene polA de T.pallidum. RESULTADOS: no estudo da maternidade MRPJMMN, foram descritas frequências elevadas de casos de SC nos quatro anos avaliados, totalizando 879 casos de SC notificados. Entre os neonatos, 249 (28,3%) apresentaram sintomas, sendo icterícia mais prevalente (235; 26,9%). A maioria dos recém-nascidos recebeu tratamento e alta, e três casos (0,3%) resultaram em mortes associadas à SC. No estudo da maternidade MMCJ, foram incluídas 259 mães e recém-nascidos. Dentre estes, 55 recém-nascidos tiveram amostra de LCR avaliada por teste não treponêmico e por teste molecular. Embora 41 desses recém-nascidos (74,5%) apresentaram positividade nos exames de sangue não treponêmicos, todos tiveram resultados negativos nos ensaios realizados no LCR. Comparando um grupo de 133 mães tratadas adequadamente na gestação e seus filhos, com 66 não tratadas adequadamente, observou-se que os filhos de mães tratadas adequadamente apresentaram mediana de peso ao nascer superior ao grupo não tratado (p=0,0443), maior mediana de estatura (p=0,0712), menor período de hospitalização (p=0,0007) e menor desfecho de óbito (p=0,0111). CONCLUSÃO: Os resultados apontam para importância da vigilância sobre os casos de SC em Salvador e para a necessidade do tratamento completo no pré-natal, alertando para necessidade de esforços concentrados na detecção dos casos e conscientização da população em risco. Palavras-chave: sífilis congênita, epidemiologia, sorodiagnóstico, diagnóstico molecular.

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