Pesquisadores são empossados na Academia de Ciências da Bahia

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Na semana que comemora 14 anos de sua fundação, a Academia de Ciências da Bahia (ACB) cumpriu um importante rito da organização: realizou a Solenidade de Posse dos Novos Acadêmicos e Acadêmicas. A cerimônia aconteceu na quarta-feira, 18 de setembro, na Fiocruz Bahia. Dentre os novos membros estão os pesquisadores da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro, e Maria Fernanda Grassi, na área de Ciências da Vida.

O presidente da ACB e pesquisador da Fiocruz Bahia, Manoel Barral, presidiu a sessão, com a mesa de abertura composta pelo Presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Mário Moreira, a representante da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Olívia Oliveira, e o ex-presidente da ACB, Jailson Andrade. Da Fiocruz Bahia, esteve presente no evento a diretora, Marilda de Souza Gonçalves, além de pesquisadores e estudantes.

Moreira, que representa a maior instituição de pesquisa em Saúde da América Latina, logo após o Hino da Bahia, lembrou o contexto atual e que estamos em outros tempos, pois a ciência não combina com tiranos (parafraseando o trecho, “Com tiranos não combinam, brasileiros corações”). Já a representante da UFBA, Olivia Oliveira, lembrou que a universidade segue sendo o espaço de grande contribuição para a ciência, visto inclusive na quantidade de pesquisadores já acadêmicos e dos novos que são formados e ou atuam na Federal. O ex-presidente Jailson Andrade ressaltou a equidade de gênero no atual ingresso: foram três homens e três mulheres. 

O discurso de recepção foi feito pela acadêmica Evelina Hoisel, vice-presidente da ACB, que destacou a importância da tradição da academia. “Vocês darão continuidade a uma tradição de excelência”, afirmou Hoisel. No entanto, ela enfatizou que a cerimônia de posse vai além de reafirmar o legado da instituição. A cerimônia sempre serve para trazer renovação – renovação das ideias, renovação do conhecimento, atualização da própria academia no seu lugar social. Suas palavras refletem o compromisso da ACB em manter-se contemporânea, renovando-se continuamente para se adaptar aos desafios do presente e do futuro.

Manoel Barral reforçou em seu discurso que a Academia de Ciências “não é um clube só de cientistas, mas de pessoas que colocam a ciência à frente”, destacou, mostrando que os acadêmicos são pessoas que fazem da ciência um projeto de vida e que querem promover a ciência para além daquela que eles mesmos já realizam.

Ele destacou o compromisso da academia e de seus membros em agir em benefício da sociedade, sublinhando que “a evolução da ciência não é apenas saber o que fazer, mas agir em benefício da humanidade.” Barral utilizou a questão das mudanças climáticas como exemplo, explicando que, embora já saibamos muito sobre os impactos iminentes, pouco tem sido feito para mitigar os danos. “Nós já sabemos o que vai acontecer, mas pouco tem sido feito de fato para evitar os danos decorrentes desses impactos”, alertou. 

Os novos

Maria Fernanda Grassi possui graduação em Medicina pela UFBA, mestrado e doutorado em Imunologia na Université de Paris VII e fez pós-doutorado na Fiocruz. Atualmente é pesquisadora titular da Fiocruz Bahia e professora da Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública (EBMSP), da Pós-graduação em Medicina e Saúde Humana da EBMSP e da Pós-graduação em Biotecnologia e Medicina Investigativa da Fiocruz Bahia, onde coordena a disciplina de Bioética. Na pesquisa, atua principalmente na modulação da resposta imune nas infecções por retrovírus humanos (HTLV-1, HIV).

Guilherme Ribeiro é graduado em Medicina pela UFBA, fez residência médica em Infectologia na UNIFESP, tem mestrado em Epidemiologia pela Harvard School of Public Health (EUA) e doutorado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PGBSMI) pela Fiocruz Bahia. Realizou pós-doutorado na Emory University (EUA). É pesquisador associado da Fiocruz Bahia, onde também é professor do PGBSMI. Na UFBA, é professor da Faculdade de Medicina, da Pós-Graduação em Saúde Coletiva e da Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Trabalho. Tem experiência na área de epidemiologia clínica e aplicada à saúde coletiva. Desenvolve pesquisas sobre problemas de saúde associados à iniquidade social e à pobreza urbana. Suas principais linhas de investigação incluem a eco-epidemiologia, a clínica e o diagnóstico de doenças transmissíveis, particularmente sobre as arboviroses emergentes.

Além dos pesquisadores da Fiocruz Bahia, os novos acadêmicos empossados na Academia de Ciências da Bahia em 2024 são Leone Pieter Andrade, conhecido por seu trabalho na inovação e desenvolvimento tecnológico, criador do Centro Universitário Senai Cimatec; Leila Denise Amorim, professora da UFBA de Bioestatística; Mônica Nunes de Torrenté, reconhecida por suas contribuições à educação científica e sua atuação na Antropologia da Saúde e Roberto Rivelino Moreno, que traz uma vasta experiência na Física.

O vídeo da cerimonia de posse está no YouTube.

Com informações da ACB | Foto: Matheus Trabuco

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