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A associação entre obesidade feminina e o uso de Combined Oral Contraceptive – COC (Contraceptivos Combinados Orais, em tradução livre) podem afetar o metabolismo da mulher que está tomando o medicamento. Esta foi uma das descobertas apontadas no artigo Evaluation of Cardiometabolic Parameters among Obsese Women Using Oral Contraceptives, publicado em 29 de setembro, no periódico Frontiers in Endocrinology.
Assinado pelos pesquisadores do IGM, Ricardo Ricco e Marilda de Souza e pela estudante de doutorado, Junia Dutra, o estudo constatou que houve uma diferença significativa entre os resultados de mulheres com o peso dentro da faixa considerada normal e outras mulheres obesas. Nos resultados do estudo, o uso de COC e a obesidade estão significativamente associados ao aumento na pressão sanguínea, no colesterol total, nos triglicerídeos, entre outros. Esses fatores são relacionados a maior risco de doenças cardiovasculares.
Outra constatação foi o aumento na produção de CRP, uma proteína relacionada à inflamações crônicas. No grupo de mulheres com peso normal, esse indicador também estava elevado, após 12 ciclos de uso do contraceptivo. Os pesquisadores defendem que há uma conexão entre esse indicador e o aumento de casos com efeitos de tromboembolismo relacionado ao uso de contraceptivos orais. Em contrapartida, a elevação desse marcador foi considerada, também, um beneficio que reduziria o risco de doenças cardiovasculares, por causa de um efeito positivo nos lipídeos.
A pesquisa utilizou um estudo transversal, com aferência de pressão, testes de glicose, lipídios e perfis inflamatórios em mulheres de 15 à 45 anos. O experimento multicêntrico foi realizado com quase 600 mulheres da Bahia – Brasil. Destas, cerca de 500 usavam COC: 19% delas eram consideradas obesas, as demais foram consideradas com peso normal ou com sobrepeso. Dentre esses grupos, as pessoas que eram da mesma idade ou próximas estavam sendo classificadas entre obesas e não obesas.