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A pesquisadora da Fiocruz Bahia e vice-coordenadora do Programa de Pós-graduação em Patologia (PgPAT – UFBA/Fiocruz), Clarissa Gurgel, foi contemplada com o “Newton Advanced Fellowship 2020”, promovido pela Academy of Medical Sciences juntamente com a Royal Society e a British Academy, do Reino Unido. O prêmio constitui na participação em um programa, que tem como objetivo conectar pesquisadores de diferentes áreas, através de pesquisas inovadoras relacionadas a desafios globais, apoiando o desenvolvimento econômico e o bem-estar social dos países envolvidos.
Além de ser um reconhecimento quanto à inserção internacional da cientista, o prêmio amplia e fomenta a consolidação da pesquisa em câncer na Fiocruz Bahia, por meio de financiamento de projeto, treinamento, colaboração e visitas recíprocas entre a instituição e o laboratório da University of Sheffield (UK), coordenado pelo professor Daniel Lambert, especialista na área de comunicação celular envolvendo células tumorais e fibroblastos associadas ao câncer.
“Essa premiação é reflexo do Programa CAPES-PRINT-UFBA que oportunizou a vinda do professor Daniel Lambert, em 2019, para ministrar, comigo, o componente curricular do PgPAT, Biologia do Câncer. Também, participamos juntos de uma reunião sobre câncer de cabeça e pescoço, envolvendo especialistas do Brasil, Finlândia, Reino Unido e Canadá, promovido no âmbito de um Projeto Bilateral Brasil-Canadá (Global Affairs Canada- CAPES-DFAT), coordenado pela Dra Sabrina Wurzba, da Mc Gill University, e professor Ricardo Coletta, da Unicamp, do qual eu também fazia parte. Estamos entusiasmados com essa premiação que vem para fortalecer a pesquisa em câncer no Nordeste, com o envolvimento da Fiocruz Bahia e UFBA”, comemora a pesquisadora.
Clarissa Gurgel explica que a colaboração com Lambert aconteceu durante visita à Fiocruz Bahia, quando o professor se interessou em participar de um projeto delineado pelo grupo da pesquisadora, que aborda o estudo de interações complexas entre células tumorais e fibroblastos associados ao câncer, que levam os tumores a serem mais agressivos e se espalharem mais rapidamente. No Brasil, o projeto será desenvolvido pelos laboratórios de Patologia e Biologia Molecular (LPBM) e de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia (LETI), da Fiocruz Bahia, e o laboratório da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), chefiado pelo pesquisador Ricardo Della Coletta.
“O estudo da relação entre células tumorais e estromais é uma área de pesquisa crescente, desafiadora e que atrai o interesse da indústria farmacêutica, por exemplo, já que sabemos que o progressão tumoral depende da interação entre as células malignas e do microambiente. Ao longo dos 24 meses iniciais, faremos missões de trabalho recíprocas, além de ter a oportunidade de treinar estudantes de pós- graduação na University of Sheffield”, acrescenta Clarissa.