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Estudo coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Cláudia Brodskyn, avalia a associação de alguns biomarcadores com a manifestação clínica da leishmaniose visceral canina (LVC). O fruto dessa pesquisa é o artigo Circulating Biomarkers of Immune Activation, Oxidative Stress and Inflammation Characterize Severe Canine Visceral Leishmaniasis, publicado no periódico online Scientific Reports (Nature), em 6 de setembro.
A leishmaniose visceral é uma doença causada pelo protozoário parasita Leishmania infantum, transmitido aos seres humanos e animais através da picada do flebotomíneo Lutzomyia longipalpis, o mosquito-palha. Os cães são considerados o principal reservatório urbano do parasita e sua presença na área endêmica é um fator de risco para a ocorrência da leishmaniose visceral humana.
Neste estudo, os pesquisadores utilizaram amostras de soro de 70 cães do município de Camaçari – considerada uma área endêmica de leishmaniose visceral e LVC – com diferentes manifestações clínicas da doença. Foram avaliados, simultaneamente, os biomarcadores de inflamação, ativação imune, estresse oxidativo e as concentrações de imunoglobulina G (IgG) de saliva anti-flebotomíneo, a fim de caracterizar uma bioassinatura associada à gravidade da LCV.
Os resultados demonstraram que a avaliação da expressão dos biomarcadores identificou uma bioassinatura distinta que poderia agrupar separadamente os grupos de animais com escores clínicos diferentes. Foi observado que os cães com os maiores escores clínicos também apresentaram altas cargas parasitárias e concentrações elevadas de anticorpos anti-saliva.
De acordo com os pesquisadores, os resultados sugerem que a gravidade clínica de LCV é fortemente associada a um perfil inflamatório distinto, caracterizado por uma expressão diferencial de eicosanóides e quimiocinas circulantes. Os cientistas afirmam que a caracterização da gravidade da doença é essencial para evitar a propagação da infecção, já que os animais sintomáticos são melhores disseminadores de parasitas em áreas endêmicas.
O estudo foi realizado pelos pesquisadores da Fiocruz Bahia Manuela Solcà, Bruno Andrade, Melissa Abbehusen, Ricardo Khouri, Deborah Fraga, Valeria Borges, Patrícia Veras, em parceria com pesquisadores da Fiocruz Piauí, Bio-Manguinhos (Fiocruz/ RJ) e National Institutes of Health (EUA).
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