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Um estudo da Fiocruz Bahiia buscou correlacionar os parâmetros histopatológicos de biópsias realizadas em lesões causadas pela leishmaniose cutânea, com o objetivo de encontrar informações que possam contribuir para a elucidação da patogênese da doença. Para isso, populações de células foram caracterizadas e quantificadas por pesquisadores, que correlacionaram esses dados com a necrose, inflamação e o número de leishmanias encontrados nas amostras.
A leishmaniose cutânea causada pelo parasito Leishmania braziliensis é transmitida através da picada do flebótomo, também conhecido como mosquito palha. A resposta imune desencadeada pela doença provoca uma inflamação cutânea exacerbada importante para controlar a carga parasitária, mas que também provoca danos aos tecidos, podendo causar feridas extensas.
A pesquisa, realizada com biópsias de 22 pacientes, foi coordenada pelo pesquisador, Sérgio Arruda, e a doutoranda, Maíra Saldanha, em colaboração com o pesquisador Edgar Carvalho e equipe. Os resultados foram publicados em artigo do periódico científico Frontiers in Cellular and Infection Microbiology.
No trabalho, os cientistas descrevem que as células T CD4+ foram correlacionadas positivamente com a extensão da inflamação, as células B e IL-1β+ foram associadas com a extensão da necrose, os macrófagos CD68+ e a perforina foram correlacionados com o número de parasitos e as células CD57+ foram correlacionadas com os macrófagos CD68+ e leishmanias.
Como conclusão, os autores do estudo sugerem que, na tentativa de controlar as leishmanias, os macrófagos infectados permanecem em estado ativado, devido à produção de citocinas pró-inflamatórias, contribuindo para dano do tecido. Os pesquisadores também propõem que a produção exacerbada de grânulos citotóxicos contendo perforina pode agravar a necrose da pele, contribuindo para o aumento das lesões.