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Um novo estudo revela que a vacina PCV10 age especificamente contra o gênero bacteriano (10 sorotipos) à qual foi desenvolvida, não provocando efeitos adversos, tais como autismo e outros efeitos os quais movimentos anti-vacina proliferam.
O estudo usou a vacina pneumocócica 10-valente (PCV10), que pertence ao calendário vacinal das crianças brasileiras desde 2010, e mostrou que além de não trazer danos ainda fortalece o sistema imunológico das crianças. O achado científico foi publicado na revista Vaccine, do grupo Elsevier, um dos mais importantes do mundo, em dezembro de 2019.
Liderado pela pesquisadora do Instituto Gonçalo Moniz (IGM/Fiocruz Bahia), Vanessa Salgado, a pesquisa foi feita em parceria com o Centro de Integração e Conhecimentos para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), e um dos pesquisadores foi o bioinformata Artur Queiroz. “A questão que a gente mostra que a vacina não destrói a flora, porque a gente precisa de bactérias no corpo. Ela só vai atuar no patógeno. Então além de não mudar a comunidade bacteriana, a vacina tende a melhorar a interação entre as bactérias da flora normal”.
Quando o indivíduo é vacinado é como se as bactérias dialogassem melhor, “isso é importante porque diante desse movimento anti-vacina, a gente consegue mostrar a ação específica da vacina”.
Foram colhidas amostras de cultura da região da nasofaringe – parte entre o nariz e a parte superior da garganta – de crianças com 6 a 23 meses. O estudo separou dois grupos, um com 48 crianças vacinadas e o outro com 36 não vacinadas. Os pesquisadores observaram uma sequência do RNA e analisaram a composição proteica de bactérias. E assim, a pesquisa reforça que a vacina age de forma específica na resposta às doenças, neste caso especificamente no combate aos patógenos, atuando especificamente no processo de memória do sistema imunológico sobre o causador da doença.
A vacina PCV10 foi desenvolvida pela GlaxoSmithKline, no Reino Unido, obteve pré-qualificação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2009 e foi incluída no calendário vacinal brasileiro para todas as crianças menores de dois anos em março de 2010. O Brasil foi o primeiro país a introduzir a PCV10 no Programa Nacional de Imunizações (PNI). A PCV10 é uma vacina conjugada de polissacarídeos pneumocócicos, que contém dez sorotipos de S. pneumoniae (1, 4, 5, 6B, 7F, 9V, 14, 18C, 19F e 23F).