Palestra abordou fisiopatologia da doença falciforme e perspectivas de tratamento

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A Sessão Científica, realizada no dia 19 de novembro, através da plataforma Zoom, recebeu a pesquisadora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, que apresentou a palestra ‘Fisiopatologia da doença falciforme e perspectivas de tratamento’. O evento foi mediado pela pesquisadora da instituição, Camila Indiani, que abriu a atividade apresentando a convidada e destacando a sua relevância para a comunidade científica.

Marilda Gonçalves iniciou agradecendo o convite e falou sobre a epidemiologia da doença falciforme, enfermidade presente na África, península arábica, parte da Ásia, Américas e no Sul da Europa, chegando a afetar entre 300 e 400 mil crianças em todo o mundo. No Brasil, a maior incidência está no estado da Bahia, onde 0,2% das crianças nascem com a forma mais grave da doença. Durante a apresentação, a pesquisadora descreveu algumas condições enfrentadas por pessoas nesta condição, como a hemólise e a falcização das hemácias e os seus desdobramentos, como a disfunção endotelial e o fenômeno de vaso-oclusão.

Marilda também falou sobre as manifestações clínicas ocorridas na doença falciforme, que podem compreender acidente vascular cerebral (AVC) e infartos silenciosos, osteonecrose, sequestro esplênico e hepático, além da suscetibilidade a infecções. “É necessário que o acompanhamento desses pacientes, principalmente aqueles que têm a forma mais grave da doença, a anemia falciforme, seja seguido por uma equipe multiprofissional porque é uma doença que envolve o acompanhamento com várias especialidades clínicas”, afirmou.

A pesquisadora também abordou as diferentes formas de tratamento disponíveis, apresentando as abordagens voltadas a fisiopatologia, transplante de medula óssea, terapia gênica e as terapias adjuvantes – destinadas a suprir os efeitos da hemólise e da vaso-oclusão. Ainda sobre o tratamento, Marilda ressaltou o uso da hidroxiuréia no Brasil, medicamento que reduz a contagem de leucócitos, reticulócitos e plaquetas, e aumenta a produção de hemácias com concentrações elevadas de HbF.

Marilda Gonçalves discorreu ainda sobre os novos estudos e descobertas a respeito de testes terapêuticos e novos fármacos que podem contribuir para o avanço no tratamento da doença falciforme, apresentando resultados de pesquisas nacionais e internacionais. “Nós estamos em um momento muito importante com esses novos tratamentos, como a edição e a terapia gênica. É um momento muito importante para o estudo da doença falciforme”, ressaltou. Marilda apresentou resultados do seu grupo de pesquisa, envolvendo estudos realizados por vários alunos de pós-graduação, todos eles hoje doutores (Thassila Pitanga, Modeste Yahouedehou, Sânzio Santana, Caroline da Guarda, Milena Aleluia e Rayra Santiago), apresentando resultados que investigaram a inflamação e os diferentes mecanismos de ação associados a hidroxiuréia. Por fim, foi aberto o espaço para contribuições por parte dos ouvintes que puderam fazer perguntas e sanar dúvidas a respeito do tema.

 

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