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A Fundação Oswaldo Cruz tem uma nova presidente. Doutora em Sociologia e servidora da Fiocruz desde 1987, a pesquisadora, professora e gestora Nísia Trindade Lima será a primeira mulher a comandar a Fundação, em 116 anos de história. O decreto presidencial com a sua nomeação foi publicado nesta quarta-feira (4/1), no Diário Oficial da União (DOU).
Escolhida pelo presidente da República, Michel Temer, e pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, como a nova presidente da Fundação Oswaldo Cruz na gestão 2017-2020, Nísia Trindade Lima foi a candidata mais votada nas eleições internas da Fiocruz, realizadas em novembro de 2016, com 59,7% dos votos em primeira opção. No processo eleitoral que indica até três nomes para a escolha do Ministério da Saúde, a candidata Tania Cremonini de Araújo-Jorge alcançou 39,6% dos votos em primeira opção.
Durante o processo de escolha da nova presidente da Fiocruz, Nísia Trindade Lima definiu dez compromissos centrais para o seu programa de gestão: defender o direito universal à saúde: compromisso com o SUS; promover a ciência, a tecnologia e a inovação em benefício da sociedade; valorizar os trabalhadores e promover relações de trabalho inclusivas e com respeito à diversidade; promover a qualidade e a integração na atenção, na vigilância e na promoção à saúde; fortalecer a saúde na agenda ambiental e do desenvolvimento sustentável; promover educação e divulgação cientifica para a ciência, a saúde e a cidadania; promover a informação e a comunicação como fatores estratégicos do desenvolvimento institucional e como direitos da sociedade; orientar a cooperação internacional para o fortalecimento de sistemas universais de saúde e o desenvolvimento científico e tecnológico; realizar uma gestão democrática comprometida com o papel de instituição pública estratégica de Estado; contribuir para a construção da Fiocruz do Futuro.
Perfil da presidente
Doutora em Sociologia, Nísia é servidora da Fiocruz há quase três décadas. Ingressou na instituição em 1987 como pesquisadora da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), assumindo a Direção da unidade de 1999 a 2005. Já na primeira década do novo milênio, Nísia atuou ainda como membro do conselho editorial da Editora Fiocruz, do comitê científico e da comissão executiva do 4º Congresso Mundial de Centros de Ciência e da comissão organizadora de eventos integrantes da comemoração do centenário da descoberta da Doença de Chagas. Participou da criação do curso de especialização em história da saúde na Amazônia, em parceria com o Instituto Leônidas e Maria Deane (Fiocruz Amazonas), e do Programa de Pós-graduação em História das Ciências e da Saúde da COC.
Foi também uma das responsáveis pelo início da parceria com o governo federal para incrementar as políticas de preservação do patrimônio cultural da saúde, concentrado, em larga medida, nas próprias edificações da Fiocruz. Nesta década, Nísia foi indicada ainda como finalista do Prêmio Jabuti com a obra “Louis Pasteur e Oswaldo Cruz: tradição e inovação em saúde” e recebeu as medalhas do centenário da Fundação Oswaldo Cruz, Euclides da Cunha e em comemoração dos 110 anos de fundação da Academia Brasileira de Letras. Também foi agraciada com o prêmio “Destaque do Ano em orientação de iniciação científica”, do CNPq.
De 2011 a 2016, à frente da Vice-Presidência de Ensino, Informação e Comunicação (VPEIC/Fiocruz), torna-se membro do Conselho Consultivo do Sistema Universidade Aberta do Sistema Único de Saúde (UNA-SUS), que tem como objetivo a educação permanente dos profissionais do SUS, e coordenadora das Semanas Nacionais de Ciência e Tecnologia da Fiocruz. Já em 2012, integra o grupo de trabalho para implementação da Fiocruz Piauí e inicia o trabalho de negociação para implementar a Rede SciELO Livros – hoje no ar com milhões de downloads e com forte protagonismo da Fundação. No contexto do compromisso com a democratização do conhecimento e do acesso à informação, sob sua gestão, são lançados o Programa de Apoio às Bibliotecas Virtuais em Saúde, o Repositório Institucional da Fiocruz (Arca) e as políticas institucionais de acesso aberto e de comunicação. Ainda nos anos 2010, a Fiocruz é designada como Centro Colaborador para Saúde Global e Cooperação Sul-Sul da Organização Mundial de Saúde (OMS), recebe o prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica, é credenciada como Escola de Governo e lança o Campus Virtual de Saúde Pública e o Observatório em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde. No período, também foi implementado o mestrado profissional em rede, em parceria com a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), e a Fiocruz assumiu a coordenação da Rede de Apoio à Inovação do Ensino na Saúde, iniciativa governamental que tem como objetivo assegurar o apoio ao programa Mais Médicos. Em 2015, Nísia recebe o prêmio Nise da Silveira, na categoria mulher cientista, pela Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Em 2016, no contexto do enfrentamento à emergência sanitária global em decorrência do vírus zika, e com o objetivo de colocar centralmente a dimensão humana na busca de soluções para este problema, Nísia cria, no âmbito da Vice-Presidência de Ensino, Informação e Comunicação, o programa integrado de pesquisa Rede de Ciências Sociais e Zika da Fiocruz.
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias