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A Covid-19 foi a principal causa de morte por doença imunoprevenível em menores de 19 anos entre agosto de 2021 e julho de 2022. A taxa de mortalidade pela doença foi de 4,3 mortes por 100 mil habitantes para menores de 1 ano e 0,6 por 100 mil para crianças de 1 a 4 anos. Apesar dessa alta taxa de mortalidade, quase dois anos após o início da vacinação de crianças contra Covid-19, a cobertura vacinal desse imunizante no Brasil ainda encontra-se em números abaixo do esperado, chegando a menos de 25% na faixa etária de 3 a 4 anos de idade com duas doses.
O Projeto Vigivac, uma iniciativa de vigilância digital que busca avaliar a efetividade das vacinas contra Covid-19, publicou esta semana uma Nota Técnica reforçando a efetividade das duas vacinas contra o SARS-CoV-2 aplicadas nesta fase da vida. Este projeto conta com a coordenação de Manoel Barral-Netto e participação de Viviane Sampaio Boaventura, ambos da Fiocruz Bahia.
A nota enfatiza que as vacinas CoronaVac, do Butantã, e BNT162b2, da Pfizer, possuem valores próximos de 90% de efetividade contra infecção e, principalmente, contra hospitalização por Covid-19. Já em relação aos efeitos adversos, a CoronaVac apresentou taxa de 5% para eventos leves, enquanto a Pfizer, os eventos adversos graves foram raramente relatados.
Além de proteger contra doença grave, a vacina também protege contra Covid Longa, uma condição em que a pessoa permanece com sintomas após a fase aguda da doença e ocorre em até 30% dos casos. O documento indica que a vacinação reduz em 41% o risco de crianças e adolescentes desenvolverem Covid Longa, a proteção sendo ainda maior para crianças com até 6 meses da última dose da vacina, onde alcança 61%.
A vacinação completa, incluindo as doses de reforço, é necessária porque a resposta imune protetora desenvolvida após a vacinação ou após infecção prévia apresenta decaimento ao longo do tempo. Por isso o Vigivac alerta mais uma vez para a vacinação desse grupo de indivíduos, que ainda se encontra em situação vulnerável com a baixa cobertura.
Esse conjunto de achados demonstram a proteção das vacinas contra Covid-19, inclusive em casos considerados como “falha vacinal”, isto é, em casos em que a pessoa não é protegida da infecção. Portanto, as vacinas contra Covid-19 são efetivas em proteger contra formas graves da doença e suas complicações residuais.
Para acessar a nota na íntegra, clique aqui.
Texto: Jéssica Fernandes