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A Fiocruz vai ampliar suas atividades no Parque Tecnológico da Bahia, com a implantação de um avançado Núcleo de Computação Científica. O novo espaço, cedido pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia (Secti) e ainda em processo de adaptação, funcionará numa perspectiva multidisciplinar, integrando grupos que já atuam em epidemiologia, bioinformática, estatística e computação. Os pesquisadores irão dispor de uma infraestrutura inédita em temos de capacidade de armazenamento, proteção e análise de dados.
Os pesquisadores do Núcleo irão trabalhar com o recém adquirido cluster da SGI, que será instalado no Cimatec e ligado, por fibra óptica, ao espaço da Fiocruz no Tecnocentro. No contexto da parceria entre a Fiocruz e o Senai/Cimatec, os pesquisadores também poderão acessar o Yemoja, o supercomputador do Cimatec. A estimativa é de que, até o início do mês de junho de 2016, as obras sejam finalizadas, os recursos computacionais instalados e as equipes de pesquisa possam ocupar o espaço em definitivo no local.
“Com o avanço do uso de recursos computacionais de alta performance, as pesquisas, tanto populacionais quanto biológicas, terão maior capacidade em trabalhar com bases de dados que antes não seriam possíveis frente aos recursos razoavelmente limitados”, explicou o pesquisador da Fiocruz Bahia, Maurício Barreto, que coordena o projeto Coorte de 100 Milhões de Brasileiros, uma das atividades âncora do Núcleo.
Segundo ele, o projeto Coorte tem o objetivo de desenvolver e institucionalizar uma plataforma de estudos e avaliações contínuas do efeito de determinantes sociais e o impacto de políticas sociais sobre a saúde, educação, trabalho e relações de gênero e raça na sociedade. “Isto será possível a partir do Cadastro Único, que agrega informações coletadas de todos os candidatos a ingressar no Programa Bolsa Família e outros programas sociais implementados pelo Governo Federal”, explica o pesquisador.
Alta performance – Considerado singular, por exigir grande capacidade computacional para processamento e vinculações de milhões de dados cadastrais, a exemplo do Cadastro Único, óbitos e hospitalizações, o projeto deve “alimentar informações nesse campo e a produção de conhecimentos, que antes não poderiam ser produzidos em função dos limites das amostras utilizadas ou das limitações de processamento, vinculação e análise de dados”, completou Barreto. “A Fiocruz terá autonomia sobre uso desse computador, mas seus cuidados ficam a cargo da Cimatec, um importante parceiro científico neste empreendimento, que no seu Centro de Supercomputação dispõe de qualificação e capacidade para isto”.
Para viabilizar o funcionamento do Núcleo, serão investidos cerca de R$2 milhões com recursos captados em projetos, além dos valores para a compra do cluster SGI UV 3000, pela Fiocruz, com recursos da FINEP CT-Infra. A solução da SGI possui arquitetura otimizada para processamento intensivo de dados em memória. A configuração atual é de 1 terabyte de memória, com 98 núcleos de processamento e capacidade de armazenamento de mais de 50 terabytes. A solução está instalada em um único rack e sua capacidade de processamento pode ser ampliada, sem a necessidade de expansão física, em até 3 vezes.
O Núcleo de Computação Científica será importante para a constituição de uma rede composta por grupos que trabalham com grandes bases de dados e problemas complexos, proporcionando parcerias com UFBA, outras universidades locais, instituições nacionais e internacionais. “Com a iniciativa poderemos integrar informações e conhecimentos de diferentes níveis, na busca de contribuir na superação de dilemas atuais vividos pelas ciências da saúde; as quais, não há dúvida de que estão produzindo novos conhecimentos em uma intensidade nunca vista. Este processo, porém, está se dando de forma fragmentada, dificultando a superação dos complexos problemas de saúde enfrentados pela sociedade humana”, sintetiza Barreto.
Atualmente, a Fiocruz já está presente, no Tecnocentro do Parque Tecnológico, com o projeto Tecnologias para o Sistema Único de Saúde (SUS). O seu principal eixo é o m-ACS, que busca desenvolver soluções tecnológicas, com a utilização de tablets e aplicativos específicos, que atendam às necessidades dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e gerem informações importantes para o gerenciamento do sistema de saúde.
Fonte: Ascom Fiocruz Bahia