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Por André Costa
A Fundação Oswaldo Cruz e o British Council assinaram, na última quinta-feira (11/8), uma parceria para o desenvolvimento de estudos conjuntos entre pesquisadores do Brasil e do Reino Unido em zika. O evento de assinatura, realizado no campus da Fiocruz em Manguinhos, no Rio de Janeiro, oficializou o edital para estudos sobre impactos sociais do vírus zika no Brasil, que está aberto até as 12h do dia 12/9.
(Confira aqui o edital)
O edital procura incentivar parcerias entre pesquisadores brasileiros e instituições britânicas de ensino superior e pesquisa. Serão contempladas até dez propostas que abordem o tema vírus zika de forma interdisciplinar, envolvendo pesquisa aplicada e tendo como foco central o desenvolvimento de capacidades para responder ou prevenir os impactos sociais da síndrome congênita do zika no Brasil.
Cada projeto deve envolver pesquisadores brasileiros e britânicos, tendo duração entre 18 e 24 meses e orçamento mínimo de £ 50.000 (cinquenta mil libras) ou £ 65.000 (sessenta e cinco mil libras), dependendo do estado, e máximo de £ 100.000 (cem mil libras). Os recursos são provenientes tanto do Fundo Newton, do governo britânico, quanto da Fiocruz e de outras instituições de pesquisa nacionais, com cada país sendo responsável por metade do financiamento.No lançamento do edital, o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, ressaltou que a Fundação sempre esteve na linha de frente de combate ao vírus zika, atuando em diversas em frentes contra a epidemia, do controle vetorial à pesquisa laboratorial. Com o edital, disse Gadelha, a Fiocruz expande sua atuação em uma área que, segundo ele, “muitas vezes não recebe a prioridade que merece. Ao enfatizarmos os aspectos sociais da zika, pensamos em questões que se apresentarão como um desafio permanente após a epidemia. Esta parceria é muito importante e apropriada”.
O presidente do British Council, Christopher Rodrigues, por sua vez, ressaltou três aspectos da parceria como particularmente importantes: a compreensão que ele promove sobre o impacto social de doenças novas e negligenciadas; a atenção que ele confere ao impacto das mudanças climáticas no ambiente humano; e, finalmente, o estabelecimento de parcerias de pesquisa. “São parecerias entre pessoas, instituições e entre os países. E, como sabemos, trabalhando juntos, temos maior probabilidade de encontrar respostas do que pessoas trabalhando separados”, disse.
O embaixador britânico no Brasil, Alex Ellis, destacou que a parceria se insere em um contexto maior de cooperação entre os dois países. Ellis ressaltou a importância do investimento em ciência em um contexto de crise econômica, referindo-se ao investimento realizado na área no Reino Unido após enfrentar severa recessão em 2010. “A ciência é uma grande aposta para o meu país. Quanto tivemos a grande recessão em 2010 e 2011, com um enorme déficit orçamentário, equivalente ao brasileiro atual, uma aposta muito inteligente foi a de investir em ciência. Nosso ministro da Fazenda disse que, mesmo no pior cenário fiscal, a ciência se mantinha como prioridade”, explicou. “Isso acontece porque, nessas horas, é importante apontar para o futuro, e é isto o que a ciência faz”.
O evento de lançamento também contou com a presença de pesquisadores da Fiocruz, que puderam esclarecer dúvidas sobre o edital. De acordo com as recomendações, os pesquisadores brasileiros que ainda não possuem parceiros britânicos devem procurar estabelecer contato o quanto antes.
Para encontrar um parceiro britânico, é possível preencher um formulário no site da International Unit (em inglês), o que disponibilizará um anúncio para a comunidade acadêmica do Reino Unido. Em caso de dúvidas, sugere-se escrever para newton@international.ac.uk, indicando o assunto Institutional Links – Brazil July call.
Fonte: Agência Fiocruz de Notícias