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A Fiocruz Bahia participou do Seminário Dois de Julho das Mulheres: Liderança feminina na ciência, realizado no salão nobre da reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA). O evento faz parte da programação do 2 de julho pela ciência, promovido pela Academia de Ciências da Bahia e contou com a presença da diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, do presidente da Fundação Oswaldo Cruz, Mário Moreira, e da coordenadora nacional da Olimpíada Brasileira de Saúde e Meio Ambiente, Cristina Araripe, além de pesquisadores, estudantes e demais membros da comunidade científica e da sociedade civil. A mesa foi composta pela ministra da saúde, Nísia Trindade; a secretária de educação do Estado da Bahia, Adélia Pinheiro; a representante do Ministério de Ciência Tecnologia e Inovação, Julieta Palmeira; o presidente da Academia de Ciências da Bahia, Manoel Barral; o reitor da UFBA, Paulo Miguez; a presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader e a secretária de saúde do Estado da Bahia, Roberta Santana.
Abrindo o seminário, o presidente da Academia de Ciências da Bahia, Manoel Barral falou sobre a importância de falar sobre o protagonismo feminino, especialmente no contexto do 2 de julho e dos grandes desafios atuais. “Hoje a Academia presta uma homenagem bastante importante à Drª Nísia Trindade Lima pela sua trajetória de liderança feminina que se maximizou pelo profícuo trabalho como presidente da Fiocruz, quando fomos assolados pela combinação de pandemia e pandemônio, e pela atual firme condução do Ministério da Saúde, com realizações rápidas e um planejamento do futuro”, pontuou.
Em seguida, o reitor da UFBA, Paulo Miguez, saudou os presentes e abriu espaço para a leitura da moção de apoio à ministra Nísia Trindade, proferida pela vice-diretora do Instituto de Saúde Coletiva da UFBA, Joilda Nery. A carta reconheceu avanços no campo da saúde coletiva proporcionadas através do Sistema Único de Saúde, destacando serviços como o SAMU, a Estratégia de Saúde da Família e o Programa Nacional de Imunizações. Também foram apontados os desafios enfrentados pela ministra durante os primeiros seis meses de seu mandato e a retomada de ações como a redução de filas para procedimentos eletivos, a campanha de vacinação, o relançamento do programa Mais Médicos e da Farmácia Popular. “Pela competência, pelo compromisso público e pela integridade moral, as dirigentes e os dirigentes das unidades acadêmicas da área de saúde da Universidade Federal da Bahia se manifestam publicamente em apoio à ministra Nísia Trindade Lima, que deve permanecer no cargo pelo bem da saúde dos brasileiros”, dizia a carta.
A secretária de educação do Estado da Bahia, Adélia Pinheiro, falou sobre a importância do evento e da presença das mulheres nos espaços de poder e produção de conhecimento. “Neste dia, neste tempo, é importante falar para homens e mulheres, baianas, baianos, brasileiras e brasileiros, e para além desse recorte territorial, que as mulheres precisam estar na ciência, mas não somente. Em todos os postos de poder e de trabalho, da forma como quiserem, mas sempre em igual proporção a que nós estamos na população”, declarou.
Na sequência, foi exibido um vídeo enviado pela ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, que parabenizou pela realização da atividade e as contribuições femininas para a independência da Bahia. “Quero dizer que o empoderamento feminino é um tema prioritário para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, desde que assumimos temos buscado instrumentos para ampliar o acesso, garantir a permanência e viabilizar a ascensão das mulheres nas carreiras científicas e tecnológicas. Muito além da igualdade de oportunidade que queremos assegurar, a participação feminina na produção de conhecimento é uma questão de excelência”, pontuou.
Representando o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, a assessora do presidente da Agência Pública Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), vinculada ao Ministério, Julieta Palmeira reforçou a fala da ministra Luciana e falou sobre a necessidade de reafirmar a participação feminina nas lutas pela Independência da Bahia e as contribuições femininas em dias atuais. “É preciso resgatar o protagonismo feminino em nossa sociedade. Quando se fala em liderança de mulheres na ciência é muito importante se colocar a necessidade de dar visibilidade…Nós queremos uma educação de equidade, uma educação inclusiva, democrática e não sexista”, afirmou Julieta defendendo que as mulheres possam ocupar diversas áreas da ciência.
A presidente da Academia Brasileira de Ciências, Helena Nader, também ressaltou a importância de promover políticas para o acesso e a permanência de mulheres nos espaços de produção do conhecimento. “Ciência é um pilar do desenvolvimento e em nenhum lugar do mundo é visto como gasto, mas sim como um investimento”, defendeu Helena, que é a primeira mulher presidente da Academia em mais de cem anos de existência.
Por fim, a ministra da saúde, Nísia Trindade Lima, apresentou uma breve perspectiva histórica sobre a presença das mulheres na ciência, falou sobre os desafios enfrentados em sua gestão à frente do Ministério e ações que estão sendo postas em prática, como o Programa Nacional de Equidade de Gênero, Raça e Valorização das Trabalhadoras que tem como principal objetivo promover a equidade de gênero e raça dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), prevendo a criação e ampliação de condições necessárias para o exercício desses princípios entre os profissionais do SUS. “Se nós não tivermos essa visão integrada, as ações se perdem e acabam sendo pontuais, que não fazem com o que o SUS, que é essa grande inovação, essa grande conquista democrática possa garantir maior inclusão social como é o seu projeto de origem. Nós precisamos trabalhar uma agenda de governo, mas nós também precisamos de uma agenda como sociedade, esse é o ponto.” concluiu.
A programação do 2 de Julho pela Ciência foi realizada nos dias 1º, 2 e se estende até o dia 4 de julho, contando com o apoio da Fundação Oswaldo Cruz, além da Academia Brasileira de Ciências, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Academia de Letras da Bahia, Academia de Engenharia da Bahia, Institutos de Ciência e Tecnologia, Sociedade Brasileira de Física, dentre outras instituições atuantes na produção de conhecimento, na defesa, divulgação e popularização da ciência.