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A Fiocruz Bahia lamenta profundamente o falecimento do Pesquisador Emérito da Fiocruz, Zilton de Araújo Andrade, na manhã desta quarta-feira, 22 de julho. Zilton Andrade foi diretor e pesquisador da Fiocruz Bahia. Colaborou significativamente na construção da unidade, que possui um pavilhão com seu nome e abriga a maioria dos laboratórios da instituição. Aos 96 anos, deixou filhos e a esposa, Sonia Gumes Andrade, Pesquisadora Emérita da Fiocruz, com quem era casado desde 1953.
Importante patologista, Zilton Andrade construiu sua trajetória profissional em áreas de pesquisa em doenças negligenciadas que ainda acometem a população. As contribuições relevantes para a medicina o levaram a obter reconhecimento nacional e internacional. “Dr. Zilton deixa um legado importantíssimo para a ciência brasileira e internacional, com contribuições na área de esquistossomose, doença de Chagas, em sociedades científicas como a de Medicina Tropical, entre outras. Deixará um vazio enorme na nossa ciência”, lamentou a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves.
O pesquisador da Fiocruz Bahia, Manoel Barral, ressaltou a contribuição do patologista para a comunicação social da ciência, como articulista no Jornal Tribuna da Bahia, “como mais uma evidência da enorme visão de futuro”, e a atuação exemplar de um médico-cientista em diversos aspectos. “Não bastasse tudo isto, o Prof. Zilton foi mais além, serviu de referência e estímulo para que mais de uma geração de jovens médicos trilhassem os caminhos da investigação científica. Criar e liderar uma escola médico-científica que se espraia para além da especialidade médica do seu líder é para poucos, é para os verdadeiramente iluminados”, afirmou.
O cientista foi igualmente importante na formação de recursos humanos de excelência, bem como da grande maioria dos pesquisadores da Fiocruz Bahia. Os pesquisadores Luiz Freitas e Mitermayer Galvão, da Fiocruz Bahia, salientaram a grande produção científica de Zilton Andrade: 277 artigos científicos publicados e orientação de 59 alunos, em teses de mestrado e doutorado. “Prof. Zilton foi o mestre no mais completo significado do termo: dedicado, íntegro, ético, produtivo e comprometido. Deixa, em todos nós, sua lembrança viva e memória a ser louvada e lembrada. Foi daqueles que cumpriu com galhardia sua passagem entre nós”, comentaram os colegas.
Zilton Andrade nasceu em Santo Antônio de Jesus (BA). Formado em Medicina pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), alcançou na universidade o posto de professor titular em 1974 e o título de Professor Emérito em 1985. Ingressou na Fundação Oswaldo Cruz em 1983, se aposentou em 1994 e, em 2012, recebeu o título de Pesquisador Emérito da Fiocruz. Era professor Permanente do curso de Pós-graduação em Patologia Humana (UFBA/Fiocruz). Entre suas condecorações mais importantes estão a de Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico – Presidência da República do Brasil (1995) e Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico – Presidente da República do Brasil (2005). É Membro da Academia Brasileira de Ciências.