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Começou, ontem (09/11), o treinamento de 92 profissionais da saúde, da Secretaria Municipal de Saúde Salvador (SMS), para realização do inquérito sorológico da Covid-19 na capital baiana. A capacitação, coordenada pela Fiocruz Bahia, será realizada até sexta feira (13/11), com aulas ministradas por pesquisadores, pós-doutorandos e estudantes de pós-graduação vinculados à Fiocruz e à Universidade Federal da Bahia (UFBA).
O objetivo principal do inquérito é estimar a magnitude das infecções pelo novo coronavírus na população dos 12 distritos sanitários que compõem Salvador e analisar como a transmissão do vírus evolui na cidade nos próximos meses. A investigação será feita pela testagem de uma amostra representativa da população selecionada por sorteio. Este tipo de seleção é importante para estimar de forma mais fidedigna possível a proporção de pessoas que se infectaram pelo novo coronavírus.
O pesquisador da Fiocruz Bahia, Guilherme Ribeiro, explica que os números de casos registrados da doença representam apenas os casos sintomáticos que procuraram atendimento médico e tiveram suspeita clínica ou confirmação diagnóstica. “Uma fração dos sintomáticos respiratórios atendidos em unidades de saúde pode não ter sido notificada e uma outra fração desses indivíduos não buscou atendimento ou testagem e não pode ser notificada. Além disso, a maior parte das infecções pelo novo coronavírus é assintomática. Por isso, a contagem oficial do número de pessoas que se infectaram subestima a real quantidade de pessoas infectadas pelo vírus”, comenta Ribeiro.
Normalmente, uma população que foi muito exposta a um vírus tem uma elevada proporção de pessoas com imunidade, o que serve de barreira para a transmissão desse vírus na comunidade. Assim, conhecer a proporção de pessoas que foi exposta ao novo coronavírus vai indicar o risco de futura transmissão dele. Outro ponto importante é identificar regiões em que houve maior ou menor transmissão para ajudar a guiar ações de prevenção direcionadas para as áreas de maior risco.
Segundo Guilherme, esse tipo de investigação também tem o potencial de estimar a velocidade de propagação do vírus, quando realizado sequencialmente; identificar grupos com maior risco de se infectar; e de caracterizar as manifestações clínicas mais comuns. Além disso, pode estimar a frequência de infecções assintomáticas e por quanto tempo uma pessoa fica protegida de uma nova infecção.
Após a capacitação, a previsão da SMS é que, na próxima semana, comece a primeira etapa da estratégia de campo nas ruas sorteadas de cada Distrito Sanitário (Centro Histórico, Itapagipe, São Caetano/Valéria, Liberdade, Brotas, Barra/Rio Vermelho, Boca do Rio, Itapuã, Cabula/Beiru, Pau da Lima, Subúrbio Ferroviário e Cajazeiras). Outras três etapas estão programadas, com intervalos de 30 dias entre elas.
* Com informações da SMS