Fiocruz acompanha situação do novo coronavírus no Brasil

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Fonte: Agência Fiocruz de Notícias

Imagem da ONU.

Por tratar-se de um vírus notificado pela primeira vez em humanos em 31 de dezembro de 2019 em Wuhan, na China, o conhecimento científico sobre o novo coronavírus ainda é limitado. Pesquisadores de todo o mundo, incluindo os da Fiocruz, estão construindo esse conhecimento diariamente. As informações aqui apresentadas poderão ser atualizadas a qualquer momento, à medida em que avançar o conhecimento sobre as características e o comportamento desse novo vírus.  

No dia 24 de janeiro, a Fiocruz criou uma Sala de Situação em Saúde dedicada a ampliar o conhecimento, monitorar e acompanhar a situação do novo coronavírus. Os encontros reúnem pesquisadores, gestores e técnicos da instituição, além de representantes da Secretaria Estadual de Saúde e das secretarias municipais.

No dia 27 de janeiro, a Fiocruz também foi convidada a integrar o Centro de Operações de Emergências (COE), criado pelo Ministério da Saúde para tratar do novo coronavírus.

Confira abaixo uma série de perguntas e respostas que oferecem informações sobre a atuação da Fiocruz e sobre o vírus. 

Como a Fiocruz poderá contribuir com essa emergência sanitária, caso o novo coronavírus chegue ao Brasil? 

A Fiocruz tem uma experiência de quase 60 anos com vírus respiratórios, atuando como referência nacional para diagnóstico laboratorial desses vírus junto ao Ministério da Saúde, por meio do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz). A Fundação também dispõe de dois institutos nacionais de referência para atendimento a pacientes: o Instituto Nacional de Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente Fernandes Figueira (IFF/Fiocruz) e o Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz). A Fiocruz também poderá auxiliar na capacitação dos profissionais de saúde, por meio da elaboração de cursos ou com o apoio na atualização dos manuais para manejo clínico da doença. Toda a capacidade institucional de resposta poderá ser acionada na eventual chegada do vírus, seguindo os protocolos definidos.

Como a Fiocruz está acompanhando a situação do novo vírus?

No dia 24 de janeiro, a Fiocruz criou uma Sala de Situação em Saúde dedicada a ampliar o conhecimento, monitorar e acompanhar a situação do novo coronavírus. Os encontros reúnem pesquisadores, gestores e técnicos da instituição, além de representantes da Secretaria Estadual de Saúde e das secretarias municipais.

No dia 27 de janeiro, a Fiocruz também foi convidada a integrar o Centro de Operações de Emergências (COE), criado pelo Ministério da Saúde para tratar do novo coronavírus.

O que é o novo coronavírus?

Os coronavírus causam infecções respiratórias em seres humanos e em animais. Geralmente, são doenças respiratórias leves a moderadas, semelhantes a um resfriado comum. Já o novo coronavírus é uma nova cepa do vírus (2019-nCoV) que foi notificada em humanos pela primeira vez na cidade de Wuhan, na província de Hubei, na China.

Qual a origem desse novo vírus?

A origem desse novo vírus ainda é desconhecida. Pesquisadores estão trabalhando na árvore genética do novo coronavírus para tentar determinar essa fonte. Os coronavírus pertencem a uma família de vírus, que podem circular tanto entre pessoas, como entre animais, incluindo camelos, gatos e morcegos. Pesquisadores chineses já identificaram que o novo vírus teve origem em um grande mercado de frutos do mar na cidade de Wuhan, na China. 

Os vírus podem contaminar objetos também? É preciso se preocupar com a importação de bens da China?

De forma geral, o grupo dos coronavírus pode sobreviver fora do corpo humano. Sobre o novo coronavírus, ainda não há evidência sobre o tempo exato de sua sobrevivência em superfícies, mas, segundo o Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês), é pouco provável que ele seja capaz de sobreviver acima de um período de vários dias ou semanas, que é tempo destinado ao transporte de mercadorias da China. 

O novo coronavírus é o mesmo que os vírus Sars ou Mers?

Não. Os coronavírus pertencem a uma grande família de vírus, que podem circular tanto entre pessoas, como entre animais, incluindo camelos, gatos e morcegos. O recém-identificado coronavírus não é o mesmo que o coronavírus que provoca a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (Mers) ou a Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars). Existem investigações em andamento para saber mais. Esta é uma situação em rápida evolução e as informações serão atualizadas à medida que estiverem disponíveis.

Animais domésticos podem ser infectados com o novo coronavírus?

Embora esse vírus pareça ter surgido de uma fonte animal na China, o risco nesse momento é com a transmissão entre pessoas. Não há, até o momento, evidência de que qualquer animal no Brasil possa ser fonte de transmissão do novo coronavírus.

Como o vírus é transmitido?

As investigações sobre transmissão do novo coronavírus ainda estão em andamento, mas a disseminação de pessoa para pessoa, ou seja, a contaminação por contato está ocorrendo. É importante observar que a disseminação de pessoa para pessoa pode ocorrer de forma continuada.

Alguns vírus são altamente contagiosos (como sarampo), enquanto outros são menos. Ainda não está claro com que facilidade o novo coronavírus se espalha de pessoa para pessoa. Apesar disso, a transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como: gotículas de saliva; espirro; tosse; catarro; contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão; e contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.

A pessoa pode transmitir o vírus mesmo sem apresentar sintoma?

Sim. Pelos dados apresentados até momento, o período de incubação do vírus pode variar de dois a 14 dias. Durante esse tempo, o vírus tem capacidade de transmissão. Por isso, é importante adotar medidas gerais, como lavar as mãos com frequência e não compartilhar objetos de uso pessoal.

Como é feito o diagnóstico? 

A partir da coleta de amostras respiratórias de pacientes considerados suspeitos, são realizados testes baseados em técnicas de biologia molecular.

Quais os sintomas do coronavírus? 

Os sinais e sintomas clínicos do novo coronavírus são principalmente respiratórios, semelhantes a um resfriado. Podem, também, causar infecção do trato respiratório inferior, como as pneumonias. Os principais são sintomas são: febre, tosse e dificuldade para respirar.

O vírus pode provocar sintomas graves?

Sim. Embora a maioria das pessoas infectadas apresente sintomas leves a moderados, o novo coronavírus pode provocar sintomas mais graves e, inclusive levar à morte. No entanto, até o momento, as formas mais graves têm se manifestado em populações já reconhecidamente vulneráveis a outros vírus respiratórios, como idosos, crianças, pessoas com doenças crônicas ou imunodeprimidas.

Como é feito o tratamento? 

Não existe uma medicação especifica para o vírus. O tratamento é feito com base nos sintomas individuais de cada paciente.

Existe vacina?

Como trata-se de um vírus novo, ainda não há vacina disponível.

A vacina para influenza pode proteger também contra o novo coronavírus?

Não. Tratam-se de vírus diferentes.

Como se prevenir? 

Adotar medidas gerais como lavar as mãos com frequência, principalmente antes de comer; utilizar lenço descartável para higiene nasal; cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir; evitar tocar nas mucosas dos olhos; higienizar as mãos após tossir ou espirrar; não compartilhar objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; manter os ambientes bem ventilados. Evitar contato com pessoas que apresentem sinais da doença. Grupos vulneráveis devem ficar mais atentos às manifestações clínicas, como idosos, crianças, gestantes, pessoas com doenças crônicas ou com imunodeficiência.

Quais medidas serão adotadas caso o vírus chegue ao Brasil? 

O Governo adotou diversas ações para o monitoramento e o aprimoramento da capacidade de atuação do país diante do episódio ocorrido na China. Entre as ações estão a adoção das medidas recomendadas pela OMS; a notificação da área de Portos, Aeroportos e Fronteiras, a notificação da área de Vigilância Animal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e a notificação às Secretarias de Saúde dos Estados e Municípios, demais Secretarias e órgãos federais com base em dados oficiais. O Ministério da Saúde também instalou o Centro de Operações de Emergência (COE) – novo coronavírus para atuar diante de casos suspeitos. Acompanhe infomações atualizadas na página do MS

Existem casos no Brasil? 

Até o momento, não há casos confirmados no país. Segundo o Ministério da Saúde, há três casos suspeitos no Brasil (28/1)

Existe alguma orientação para viagens?

Com o aumento do nível de alerta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para alto em relação ao risco global do novo coronavírus, o Ministério da Saúde orienta que viagens para a China devem ser realizadas apenas em casos de extrema necessidade. Essa recomendação vale até que o quadro todo esteja bem definido.

Segundo o último boletim da OMS, do dia 27 de janeiro, todo o território chinês passa a ser considerado área de transmissão ativa da doença. Com isso, as pessoas vindas desta localidade nos últimos 14 dias e que apresentem febre e sintomas respiratórios podem ser consideradas casos suspeitos. O Ministério da Saúde vai atualizar as áreas com transmissão local de acordo com as informações da Organização Mundial da Saúde (OMS). Acompanhe aqui

Como está a situação dos aeroportos no Brasil?

Acompanhe aqui as ações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, órgão responsável pelas medidas adotadas nos aeroportos. 

Fontes:
Ministério da Saúde (MS)
Centers for Disease Control and Prevention (CDC) 
Organização Mundial da Saúde (OMS)

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