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Por quase duas semanas, pesquisadores médicos, veterinários, estudantes de pós- graduação, e outros profissionais de saúde debateram, na Fiocruz Bahia, diversos aspectos envolvendo o diagnóstico da leishmaniose em humanos e cães. Foram apresentadas abordagens inovadoras nesta área, incluindo a identificação e utilização de marcadores de infecção e prognóstico relacionados às doenças humanas e caninas.
Sob a coordenação geral do pesquisador Washington Luís Conrado dos Santos e coordenação científica da pesquisadora Deborah Fraga, o I Workshop de Pesquisa Translacional em Leishmaniose: dos marcadores de susceptibilidade à acurácia no diagnóstico aconteceu no período de 15 de fevereiro a 26 de fevereiro de 2016. Aulas teóricas e práticas, palestras, aulas em laboratório integraram a programação do evento.
Os organizadores do workshop, e alguns palestrantes convidados, são membros do CYTED – RIMLEV, contando ainda com laboratórios de referência mundial para o diagnóstico da Leishmaniose na Europa, como o Instituto de Higiene e Medicina Tropical (Lisboa, Portugal) e Instituto de Saúde Carlos III (Centro Colaborador da OMS para Leishmaniose, Madri, Espanha). O evento contou ainda com a participação da pesquisadora Shaden Kamhawi, Instituto Nacional de Saúde (NIH), nos USA. “Com estes parceiros temos desenvolvido projetos conjuntos e trouxemos para os participantes o conhecimento e inovações desses pesquisadores para enriquecer a formação”, avalia Deborah Fraga.
Durante as aulas, novos enfoques no diagnóstico da leishmaniose em humanos e cães apresentados. De acordo com Deborah Fraga, “foram abordados aspectos da clínica, patogênese, imunidade e transmissibilidade que apontem para possibilidades de avanços no diagnóstico e definição de prognóstico da leishmaniose”. Destaque também foi conferido à avaliação dos resultados obtidos nos testes diagnósticos. O objetivo foi contribuir para melhor utilização desses resultados no controle da doença.
Segundo Deborah Fraga, em relação à utilização de proteínas recombinantes, foram discutidas técnicas como produção e purificação de plasmídeos e posterior super-expressão das proteínas em bactérias para, na sequência, a purificação das proteínas e sua utilização no diagnóstico. Adicionalmente foram apresentadas abordagens genômica e proteômica para estudo da interação patógeno-hospedeiro, levando em consideração o desenvolvimento de testes diagnósticos e novas opções para tratamento.
Parâmetros em Leishmaniose Visceral Canina
Na sequência, aconteceu o I Simpósio para definição de parâmetros em Leishmaniose Visceral Canina. Realizado de 27 a 29 de fevereiro, o evento teve como meta revisar os protocolos de avaliação de sintomatologia clínica, transmissibilidade e diagnóstico na leishmaniose visceral canina.
Segundo Deborah Fraga, as pesquisas em leishmaniose visceral canina enfrentam dificuldades devido à falta de consenso em relação às medidas de atendimento e avaliação dos cães com leishmaniose visceral canina. O debate atinge todo o processo, desde à coleta até à avaliação de dados clínicos, imunológicos, laboratoriais e de transmissibilidade do parasito ao vetor. Essa falta de consenso resulta em comprometimento da qualidade e comparabilidade das pesquisas e medidas de controle realizadas.
“Precisamos discutir e definir os parâmetros a serem utilizados na pesquisa de leishmaniose visceral canina para homogeneizar e padronizar os resultados obtidos tornando-os mais comparáveis e aplicáveis em diferentes áreas endêmicas”, defende. O simpósio proporcionou a interação de vários pesquisadores e profissionais de saúde formando novas colaborações nacionais e internacionais. O público alvo do simpósio foi composto por pesquisadores nacionais e internacionais e estudantes de pós graduação que atuam na pesquisa de leishmaniose visceral canina, além da participação de coordenadores de programas de controle de Leishmanioses de diferentes Estados do Brasil. “Como resultado será redigido um artigo científico que será publicado em uma revista de alto impacto com o resumo das discussões e consensos do simpósio”, adiantou.
Texto elaborado a partir do resumo da pesquisadora Deborah Fraga.
Fonte: Ascom Fiocruz Bahia