Evento Trajetórias Negras é realizado na Fiocruz Bahia

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Realizado na terça-feira, 18/03, o evento Trajetórias Negras na Fiocruz teve a sua primeira edição em uma unidade regional. Promovido pelo Comitê Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz e pelo Núcleo Pró-Equidade de Gênero e Raça da Fiocruz Bahia, o evento foi mediado por Luciana Lindenmeyer (Fiocruz Ceará) e contou com a participação das trabalhadoras da Fiocruz Bahia, Lorena Magalhães, Karina Ferreira dos Santos Soares, Marcela Maiana Ramos da Silva e Carine Machado Azevedo. A ação reuniu funcionários, familiares das convidadas e membros da comunidade interna.

Durante a abertura, a diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, ressaltou o comprometimento da instituição em contribuir para uma sociedade mais diversa. “Esse é um momento especial. Desejo a todos um evento profícuo, que nós possamos ter discussões importantes porque é muito bom ver a trajetória dessas mulheres maravilhosas.” pontuou.

A coordenadora da Fiocruz Ceará, Carla Celedonio, elogiou a organização do evento e falou sobre a importância de ver mulheres ocupando diferentes espaços, especialmente nas unidades da Fiocruz. “Esse é um espaço que garante não só a visibilidade, mas a escuta, a fala e o respeito a cada uma. Que a gente utilize esse espaço para refletir e pensar em ações concretas que possam ajudar no enfrentamento ao racismo estrutural, contribuir para a garantia da representatividade, da diversidade e da equidade”, ponderou.

Luciana Lindenmeyer, mediadora do evento, falou sobre a importância de realizar a atividade nas unidades regionais “Nós temos muitas pessoas negras na instituição, então é importante ampliar esse olhar. Fazer o primeiro Trajetórias Negras fora do Rio de Janeiro, e no estado mais negro do país, é muito simbólico”, destacou.

A primeira convidada a se apresentar foi Lorena Magalhães, servidora da Fiocruz Bahia. Durante a sua fala, ela destacou a sua formação no ensino público, a relação familiar e o seu trabalho como integrante do Comitê Pró-equidade de Gênero e Raça da Fiocruz e como coordenadora do Núcleo Pró-equidade da Fiocruz Bahia. “Acho que todos nós temos o mesmo propósito de tornar a Fiocruz mais diversa, com menos racismo para que possamos viver em um ambiente mais igualitário”. Lorena finalizou a sua participação citando a escritora Conceição Evaristo, dizendo que “mais importante do que ser a primeira ou a única, é abrir caminhos”.

Segunda a se apresentar, Marcela Maiana, falou sobre a sua trajetória de vida, destacando as suas primeiras experiências na Fiocruz Bahia, ainda como bolsista do Programa de Formação Técnica em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde (Profortec-Saúde), até a sua chegada ao Núcleo de Inovação Tecnológica (NIT/Fiocruz Bahia). A convidada também falou sobre a necessidade de ser protagonista da sua própria história. “Vamos ser autores da nossa própria história, seja de vida, de pesquisa ou de trabalho”, finalizou.

Carine Azevedo, servidora da Fiocruz Bahia, também compartilhou a sua história, passando pelas relações familiares e pela sua trajetória acadêmica e profissional, destacando as experiências vividas na Fiocruz Bahia, a passagem pelo Laboratório de Patologia Experimental (LAPEX/Fiocruz Bahia) e pelo Laboratório de Engenharia Tecidual e Imunofarmacologia (LETI / Fiocruz Bahia), destacando os laços que criou ao longo dos anos. “Também é importante que tenhamos momentos de confraternização e interação com os colegas porque é o que torna a nossa caminhada mais leve e agradável, construindo amizades importantes na nossa trajetória”, disse.

A última convidada a se apresentar foi Karina Ferreira, secretária executiva da diretoria da Fiocruz Bahia. Durante a sua fala, Karina falou sobre a importância da família na sua formação e dos ensinamentos deixados por seus avós. A participante falou sobre os desafios de ser uma mulher negra no mercado de trabalho e sobre o orgulho de fazer parte da comunidade da Fiocruz Bahia. “A Fiocruz é alinhada a um dos princípios básicos que é a saúde e eu acho que saúde, educação e moradia têm que ser direito de todos, sem distinção de raça, cor ou credo. Então eu fico muito feliz de estar nessa instituição…é gratificante trabalhar aqui”, declarou.

A iniciativa Trajetórias Negras na Fiocruz tem como objetivo reunir trabalhadores negros da instituição para compartilharem suas vivências profissionais e pessoais, e refletirem sobre o racismo estrutural e as desigualdades raciais enfrentadas no cotidiano. A ação tem o apoio da Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas (Cedipa), ligada à Presidência da Fiocruz para fortalecer o enfrentamento às desigualdades na instituição.

Por Dalila Brito

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