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O artigo intitulado Vitamin D, d-dimer, Interferon γ, and sCD14 Levels are Independently Associated with Immune Reconstitution Inflammatory Syndrome: A Prospective, International Study é fruto de um estudo internacional que analisou o papel dos biomarcadores na predição da Síndrome Inflamatória de Reconstituição Imune (SIRI). O pesquisador da Fiocruz Bahia Bruno Andrade coordenou as análises estatísticas do estudo, que foi publicado no periódico EBioMedicine.
A SIRI é uma condição difícil de prever em pacientes com HIV virgens de tratamento. Tal síndrome acontece em pacientes com importante imunossupressão ou com AIDS, que iniciam tratamento antirretroviral. A síndrome se manifesta com uma piora paradoxal da infecção ou com a detecção de uma infecção ou neoplasia maligna desconhecida até então, após o início do tratamento, a despeito da redução significativa da replicação do HIV e controle microbiológico efetivo de infecção.
Para determinar o perfil imunológico mais importante para prever a SIRI, os cientistas compararam padrões imunológicos em uma população de 267 indivíduos com AIDS e maiores de 18 anos de idade, na África do Sul e no México, e fizeram uma análise com base no desenvolvimento da SIRI após início do tratamento antirretroviral. Foram medidos e testados 20 biomarcadores (Vitamin D, d-dimer, Interferon γ, interleucina, dentre outros), e analisado se os altos níveis de vitamina D podem proteger contra SIRI.
Ao final do estudo, 62 participantes desenvolveram a SIRI e, destes, 19 foram por reações associadas à tuberculose. Os níveis basais de vitamina D e níveis elevados de D-dímero, IFN-y e sCD14 estavam relacionados ao risco de SIRI em análises multivariadas. Além destes fatores, os marcadores elevados de resposta de Th1, a ativação de monócitos, a coagulação e o baixo nível de vitamina D também foram agentes associados ao risco da SIRI.
Os pesquisadores puderam concluir que um indivíduo que apresenta baixas concentrações de vitamina D e um padrão imunológico marcado pela hiperativação de respostas Th1 e coagulação, antes do início do tratamento antirretroviral, corre o risco muito elevado de desenvolver a SIRI. De acordo com os cientistas, os resultados sugerem que os estudos de prevenção da desta síndrome devem se concentrar na diminuição da inflamação e aumento dos níveis de vitamina D.
Clique aqui para ler o texto publicado em janeiro de 2016.