Estudo identifica infecção congênita por Zika em recém-nascidos assintomáticos

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Casos de infecção congênita por zika durante o surto de microcefalia, após a epidemia do vírus em 2015, foram identificados e caracterizados em bebês que nasceram assintomáticos e sem alterações no perímetro cefálico.

O estudo foi descrito em artigo publicado no International Journal of Gynecology and Obstetics. A pesquisa foi realizada em 2016, com bebês nascidos na maternidade pública Professor Jose Maria Magalhães Netto, em Salvador, Bahia, uma das cidades do país mais afetadas pela epidemia de microcefalia.

Ao todo, 151 recém-nascidos fizeram parte do estudo: 32 foram classificados com microcefalia dentro dos critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde, 5 destes foram classificados como apresentando microcefalia grave; enquanto 119 foram considerados normais. A maioria dos bebês nasceram entre janeiro e maio de 2016.

Amostras de tecido placentário, sangue, sangue do cordão umbilical e urina dos recém-nascidos foram coletadas para testes. Nos bebês com microcefalia, foram detectados anticorpos para o vírus em exames sorológicos.

Nos bebês normocefálicos, 4 tiveram resultados positivos em exames sorológicos, enquanto 13 tiveram resultados positivos para Zika nos testes de urina, plasma ou placenta, totalizando 17 bebês que não foram considerados microcefálicos acometidos pela infecção congênita pelo vírus.

Esses resultados mostram que esta infecção pode estar presente em pacientes assintomáticos no nascimento, enfatizando a importância do acompanhamento pré-natal e neonatal em regiões endêmicas. Nos casos de infecção por vírus Zika na gestante, é recomendado aos bebês, mesmo que assintomáticos no nascimento, acompanhamento por profissionais de saúde, já que estudos anteriores demonstram que alguns desses bebês, ao longo do desenvolvimento, apresentaram atrasos neurológicos.

O estudo liderado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Isadora Siqueira, faz parte do Programa Conjunto de Pequenas Subvenções, com o apoio do Escritório Regional da Organização Mundial de Saúde (OMS) para as Américas (OPAS). Na publicação ‘Construindo oportunidades durante uma epidemia de zika nas Américas: o caso de fortalecimento da capacidade de pesquisa’ são apresentados os trabalhos de equipes de pesquisa no Brasil, Colômbia e Peru, apoiadas por meio de um programa conjunto de pequenos subsídios.

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