Estudo avalia prevalência de espécies de ameba em indivíduos infectados de Salvador

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A amebíase é uma infecção causada por um parasita de nome científico Entamoeba histolytica, mais popularmente conhecido como ameba, que pode provocar a invasão de tecidos, originando as formas intestinal e extra-intestinal da doença. A principal forma de transmissão é a ingestão de alimentos ou água contaminados.

A prevalência da E. histolytica é superestimada devido à sua semelhança com outras espécies de formas idênticas, como a Entamoeba dispar e a Entamoeba moshkovskii, formando o complexo E. histolytica/E. dispar/E. moshkovskii. 

Um estudo, que contou com a participação do pesquisador Fred Luciano Neves Santos, da Fiocruz Bahia, teve como objetivo avaliar a frequência das espécies deste complexo, através de técnicas moleculares e imunológicas, em indivíduos atendidos em um centro de saúde pública, em Salvador. O artigo foi publicado na revista BioMed Research International e pode ser acessado aqui.

Para a pesquisa, foram analisadas amostras fecais de mais de 55.000 indivíduos, com diagnóstico entre fevereiro de 2010 e junho de 2014. Destas, cerca de 260 pacientes diagnosticados com cistos de ameba em suas fezes foram contatados e convidados a participar da segunda fase do estudo. Foram coletadas 90 amostras de fezes e sangue de indivíduos que concordaram em participar.

Como resultado, a prevalência do complexo E. histolytica/E. dispar/E. moshkovskii, determinada por microscopia, foi de cerca de 0,49%. Para a E. histolytica, a detecção de antígeno específico e a caracterização molecular foram de 100% de negatividade, embora na avaliação sorológica a positividade para esta espécie tenha sido de 8,9%, indicando que estes pacientes já tiveram contato com o parasita anteriormente.

Nas amostras de fezes analisadas por PCR, não foi possível identificar a E. histolytica e a E. moshkovskii, embora tenha sido detectado anticorpos contra a E. histolytica. Possivelmente, a produção de IgG anti-E. histolytica está associada com memória imunológica, indicando a circulação do parasita na capital da Bahia, de acordo com o dados anteriores realizado pelo mesmo grupo de pesquisa. 

 

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