Estudo aponta quimiocina como fator de risco para artralgia crônica após chikungunya

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Uma pesquisa foi realizada para avaliar o papel de quimiocinas e citocinas séricas como preditores de desenvolvimento de dor articular crônica em pacientes com chikungunya. Na fase aguda, a doença tem como principais sintomas febre, dores e inchaço nas articulações, erupção cutânea, dores musculares e de cabeça. Passada a fase aguda, alguns indivíduos podem evoluir para a fase crônica, caracterizada por dores persistentes nas articulações, denominado de artralgia crônica, que podem durar anos, levando à limitação dos movimentos, incapacidade para o trabalho e até depressão.

Publicado na revista Frontiers in Immunology, o estudo realizado pela estudante de doutorado Camila Jacob e coordenado pelos pesquisadores Mitermayer Reis e Guilherme Ribeiro, da Fiocruz Bahia, faz parte de um estudo de vigilância para monitorar infecções por arbovírus em pacientes febris agudos, em um centro de saúde de emergência, em Salvador. Os achados sugerem que níveis elevados da quimiocina CXCL8 em pacientes com chikungunya na fase aguda da doença podem induzir aumento na resposta inflamatória, o que pode contribuir para o desenvolvimento de dor articular crônica.

No estudo, 948 pacientes com doença febril aguda foram avaliados por testes diagnósticos que identificaram 265 (28%) com evidência laboratorial de infecção pelo vírus chikungunya e, destes, 253 foram submetidos a dosagem de biomarcadores. Dosagens de citocinas e quimicionas nestes pacientes foram realizadas e comparadas com os níveis observados em indivíduos saudáveis e em pacientes com outras doenças febris agudas. Os pacientes com chikungunya apresentaram na fase aguda níveis significativamente mais elevados de CXCL8, CCL2, CXCL9, CCL5, CXCL10, IL-1β, IL-6, IL-12 e IL-10 comparados aos controles saudáveis. Os níveis de CCL2, CCL5 e CXCL10 também foram significativamente maiores em comparação com pacientes com outras doenças febris agudas.

Os pacientes com chikungunya foram acompanhados por contatos telefônicos para determinar aqueles que mantiveram artralgia por mais de 3 meses e aqueles que apresentaram resolução da dor articular. Com isso, foi possível identificar que os pacientes que evoluíram com persistência da dor tinham níveis de CXCL8, na fase aguda da doença, mais elevados que aqueles que tiveram resolução da dor. Além dos níveis elevados de CXCL8, o sexo feminino também foi associado à artralgia com duração maior que 3 meses.

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