Estudo aponta potencial do fármaco 17-DMAG no tratamento de leishmaniose cutânea

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Um estudo avaliou a eficácia do fármaco 17-DMAG no tratamento de camundongos com leishmaniose cutânea, por meio de abordagens in vitro e in vivo. O 17-DMAG é um composto químico semissintético que deriva do antibiótico geldanamycin. É um inibidor da proteína Hsp90 e foi estudado como potencial terapêutico para o controle da infecção por Leishmania braziliensis.

A leishmaniose, causada por parasitas do gênero Leishmania, é uma doença negligenciada que representa um problema de saúde pública global. Com opções limitadas de tratamento e uma crescente resistência aos medicamentos, pesquisadores alertam para a necessidade de desenvolver novas abordagens terapêuticas.

No trabalho, coordenado pela pesquisadora da Fiocruz Bahia, Patrícia Veras, e publicado no periódico Pathogens, foi avaliado o efeito citotóxico do 17-DMAG em células de defesa do organismo derivadas da medula óssea e seus efeitos contra duas formas morfológicas da Leishmania, as promastigotas e as amastigotas intracelulares. Além disso, foi testada a eficácia do composto em camundongos infectados com Leishmania braziliensis, para avaliar a redução no tamanho da lesão e a diminuição da carga parasitária nas orelhas e nos linfonodos de animais infectados.

Os resultados mostraram que o fármaco 17-DMAG apresentou toxicidade seletiva em relação a amastigotas de Leishmania, causando danos mínimos às células hospedeiras. O tratamento reduziu significativamente o tamanho das lesões em camundongos e resultou na eliminação do parasita das orelhas e dos linfonodos. Também diminuiu as respostas inflamatórias, reduzindo a liberação de três citocinas pró-inflamatórias e da citocina reguladora, ressaltando suas propriedades leishmanicidas e anti-inflamatórias.

Para os pesquisadores as descobertas ressaltam uma promessa substancial do 17-DMAG-HCl como uma opção terapêutica para o tratamento da leishmaniose cutânea, dado seu potencial para eliminar a carga parasitária e modular a resposta inflamatória do hospedeiro. No entanto, afirmam que pesquisas adicionais são necessárias para explorar os mecanismos que envolvem a modulação dos perfis de citocinas induzidos pelo tratamento com 17-DMAG-HCl in vivo.

De acordo com o trabalho, esses estudos aumentarão a compreensão da eficácia terapêutica e abrirão caminhos para o desenvolvimento de novas estratégias de tratamento que incorporem esse composto para a leishmaniose cutânea e em outras formas da doença.

Por Jamile Araújo, com supervisão de Júlia Lins.

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