Estudo analisa desorganização esplênica na leishmaniose visceral recidivante

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Aluno: Jonathan Luís Magalhães Fontes
Orientador: Washington Luis C. dos Santos
Título da tese: LXPLEEN: Estudo dos genes e células envolvidas com a desorganização esplênica na leishmaniose visceral recidivante
Programa: Pós-Graduação em Patologia Humana e Experimental
Data de defesa: 10/07/2024
Horário: 09h00
Local: Auditório Sonia Andrade

Resumo

INTRODUÇÃO: A leishmaniose visceral (LV) é uma zoonose negligenciada e que tem impactos consideráveis na saúde pública. Um dos problemas relacionado à LV é o surgimento de formas graves que leva ao óbito de 6-8% dos pacientes, mesmo na vigência de tratamento, além disso, alguns pacientes desenvolvem uma forma recidivante, com a ocorrência de múltiplos retornos ao hospital em curto período. O baço, um órgão linfoide responsável pela hemocaterese e vigilância imunológica, é afetado na LV apresentando desorganização da polpa branca (PB) e extensa substituição da celularidade normal da polpa vermelha (PV) por plasmócitos. Apesar disso, pouco se sabe a respeito da contribuição da desestruturação esplênica na LV humana e como e as mudanças na celularidade esplênica mudam o perfil de produção de citocinas no órgão favorecendo a susceptibilidade à infecção. OBJETIVO: Nosso objetivo é definir quais as células e vias de sinalização estão envolvidas na desestruturação dos compartimentos esplênicos e qual a provável associação com a progressão na LV recidivante. MATERIAL E MÉTODOS: Utilizando baços de 6 pacientes com LV recidivante e 5 pacientes controle, realizamos imunohistoquímica para avaliar a distribuição e a relação de leucócitos (Linfócitos T e Treg, Linfócitos B e Macrófagos) e citocinas (IL1B, IL4, IL6, IL10, IL17, IFNy, TNFa e TGFb) nos compartimentos de PB e PV do baço. Além disso, foi feita análise da expressão gênica e identificação de perfis de DEG e redes de interação gênica envolvidas com a LV recidivante. RESULTADOS: Há acúmulo de macrófagos e plasmócitos na PV de pacientes com LV, com redução da apoptose e da expressão de genes relacionados à migração de linfócitos; Há aumento da expressão de BCL10 e ICOSLG; A via de sinalização de IL6 está super-expressa nos pacientes com LV, e há aumento da quantidade de IL6 total e correlação negativa entre IL6 e porcentagem de PB esplênica; Há correlação negativa entre número de leucócitos circulantes e número de leucócitos esplênicos. CONCLUSÕES: Nos pacientes com LV recidivante ocorre acúmulo de células no baço mediado pela redução da apoptose e migração de células, corroborando para o hiperesplenismo. Além disso, a via de sinalização por IL6 contribui para a desorganização do baço.

Palavras-chave: Leishmaniose visceral recidivante; população leucocitária; baço; via de sinalização IL6.

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