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Discentes dos programas de pós-graduação em Patologia Humana (PgPAT) e em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI) da Fiocruz Bahia discutiram, na última sexta-feira (25/8), possíveis cortes no valor das bolsas do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e direitos dos pós-graduandos. Além dos estudantes, estavam presentes na assembleia a Diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, a Vice-Diretora de Pesquisa, Camila Indiani, a pesquisadora Claudia Brodskyn representando a Vice-Diretoria de Ensino, entre outros pesquisadores da instituição.
Juntos, os dois programas de pós-graduação da Fiocruz Bahia somam 162 estudantes (75 de mestrado e 87 de doutorado), destes 30 são bolsistas do CNPq. A instituição ainda possui alunos de Iniciação Científica, dos quais 30 são bolsistas da agência de fomento. Os estudantes reivindicaram melhorias nas bolsas e nas condições de pesquisa, nas relações acadêmicas, na assistência estudantil e nas verbas destinadas à ciência e tecnologia. “As reivindicações aqui apresentadas foram propostas em 2005. Estamos em 2017 e houve muito pouco avanço. Nos últimos dois anos, o valor da bolsa de doutorado sanduiche reduziu pela metade enquanto a inflação só aumentou”, afirmou Paulo Matos, representante dos alunos de doutorado do PgPAT.
Filipe Rocha, representante dos alunos de mestrado do PgPAT, comunicou que será agendada outra reunião, que contará com representantes da Associação de Pós-Graduandos da Fiocruz (APG), em data a ser definida, para discutir o andamento da mobilização. “Esperamos também o envolvimento de pesquisadores e demais servidores para reunir cartas de apoio e envia-las ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC) e ao CNPq”, comentou.
Na oportunidade, Marilda Gonçalves afirmou que os alunos de pós-graduação são 1,7 vezes o número de servidores na unidade. “Os estudantes são importantes não só para a produtividade dos programas de pós-graduação, mas também para o avanço científico e tecnológico do país. Recentemente, tivemos uma reunião no Rio de Janeiro para discutir este cenário preocupante de cortes de orçamento no MCTIC e no Ministério da Saúde. As negociações estão em curso, mas até agora não temos nada de concreto com relação a esses cortes”, declarou.
A Diretora afirmou ainda que documentos decorrentes das reuniões podem ser enviados à presidência da Fiocruz. “Queremos reforçar a luta dos pós-graduandos, essas reivindicações podem ser reunidas e repassadas à Vice-Presidência de Educação, Informação e Comunicação (VPEIC). A presidência da Fiocruz, assim como a Fiocruz Bahia e a Asfoc estão apoiando a mobilização dos estudantes”, concluiu.
Mobilização nacional – Na última terça-feira (22/8), pós-graduandos da Fiocruz bolsistas do CNPq realizaram uma paralisação em protesto à política de contingenciamento de gastos. Com faixas e cartazes, os estudantes caminharam pelo campus de Manguinhos da instituição e fizeram um ato em frente ao Castelo Mourisco, no Rio de Janeiro.
O corte de 30% do orçamento do MCTIC, somados aos 40% contingenciados pelo governo (dos R$ 730 milhões destinados ao CNPq, R$ 672 milhões foram gastos até o final de julho) afetará, entre outras, pesquisas na área de arboviroses, como as voltadas para febre amarela, zika, chikungunya e dengue, causando um grande impacto na saúde pública. O corte afetará, em todas as unidades da Fundação, 245 alunos de iniciação científica, 75 de mestrado, 85 de doutorado, 28 de pós-doutorado e 245 pesquisadores com bolsa de produtividade. A instituição conta com 992 bolsas do CNPq e 213 projetos.
Fonte: Ascom Fiocruz Bahia com informações da Agência Fiocruz de Notícias