Estudante egressa da Fiocruz Bahia recebe Prêmio Capes de Tese 2020

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A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) outorgou à discente egressa da Fiocruz Bahia, Jaqueline Goes, o Prêmio CAPES de Tese 2020, da área de MEDICINA II, pelo Programa de Pós-Graduação em Patologia (PGPAT), curso da Universidade Federal da Bahia (UFBA) em Ampla Associação com Fiocruz Bahia.

Jaqueline tem graduação em Biomedicina, pela Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, e obteve o mestrado em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa (PgBSMI), pela Fiocruz Bahia.

A tese intitulada “Vigilância genômica em tempo real de arbovírus emergentes e re-emergentes” foi defendida em 2019, sob orientação do pesquisador da Fiocruz, Luiz Alcântara Jr.. O trabalho é resultado da participação de Jaqueline no Zika in Brazil Real Time Analysis (Zibra), um projeto que teve como objetivo compreender a origem, eventos de introdução e dispersão, bem como a identificação de cepas ou genótipos com maior potencial epidêmico dos arbovírus Zika, Chikungunya e Febre Amarela.

Nas redes sociais, Jaqueline Goes declarou estar feliz e disse que esse prêmio é de toda a equipe do Projeto Zibra. “Parabéns a todos!”, comemorou. Os resultados obtidos no estudo foram divulgados em cinco publicações relevantes, sendo duas destas na Nature e Science. A tese já havia sido agraciada em 2019, com o Prêmio Gonçalo Moniz de Pós-Graduação, na categoria Egresso – Doutorado (1º lugar), e no XIII Encontro de Pós-Graduação das Áreas de Medicina I, II e III da CAPES, com o Prêmio de Melhor Trabalho de Tese.

O projeto Zibra foi realizado através de consórcio entre a Fiocruz e as Universidades de Oxford e de Birmingham, na Inglaterra, onde Jaqueline também realizou treinamento durante o período de doutorado sanduíche. Em seu trabalho, foi utilizado de forma pioneira, no Brasil, um sequenciador portátil em tempo real (MinION) que integrou um laboratório itinerante que percorreu o Nordeste brasileiro. Além do impacto direto para a população estudada, a tecnologia utilizada foi transferida para o diagnóstico de arboviroses nos Laboratórios Centrais Estaduais (LACEN), ratificando a importância da ciência aberta para as emergências em saúde pública.

As coordenadoras do PGPAT, Valéria Borges e Clarissa Gurgel, parabenizaram Jaqueline, o orientador e o projeto Zibra. Também ressaltaram a importância do investimento de agências de fomento à Pesquisa e Ensino, incluindo CAPES, CNPq e FAPs, no fortalecimento de programas de pós-graduação em todo o Brasil, “para que a excelência e reconhecimento dos talentosos discentes, como Jaqueline Góes, continuem sendo aplaudidos. Que a ciência brasileira resista apesar dos cortes de verbas de pesquisa e que caminhe de mãos dadas com a sociedade, em busca de um país mais justo e igualitário”, declararam.

Atualmente, Jaqueline Goes realiza estágio pós-doutoral no Instituto de Medicina Tropical de São Paulo – Universidade de São Paulo (IMT-USP), sob supervisão da pesquisadora Ester Sabino. Utilizando os mesmos métodos aprendidos ao longo de sua formação no doutorado, a biomédica teve participação como primeira autora na equipe que sequenciou, em tempo recorde (48h), o genoma do SARS-CoV-2, no primeiro caso brasileiro da doença. O trabalho teve uma grande repercussão no meio científico, com ampla divulgação nas mídias e redes de comunicação.

Esta é a terceira premiação do PGPAT do Prêmio CAPES de Tese da área de MEDICINA II, uma vez que os egressos Bruno de Bezerril Andrade, atualmente pesquisador da Fiocruz Bahia, e Nívea Farias Luz, conquistaram o prêmio nos anos de 2011 e 2016, respectivamente.

 

 

 

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