Getting your Trinity Audio player ready...
|
Em artigo publicado no periódico “Memórias do Instituto Oswaldo Cruz”, em janeiro de 2017, pesquisadores discutem o desenvolvimento de uma escala de pontos para facilitar o diagnóstico da leishmaniose visceral canina. Intitulada Scoring clinical signs can help diagnose canine visceral leishmaniasis in a highly endemic area in Brazil, a publicação conta com a assinatura dos pesquisadores da Fiocruz Bahia Aldina Maria Prado Barral e Manoel Barral Netto, atual vice-presidente de Educação, Informação e Comunicação da Fiocruz.
A leishmaniose visceral é uma doença causada pela infecção do protozoário Leishmania infantum chagasi, transmitida através da picada do mosquito-palha e disseminada na América Latina. Caracteriza-se por febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia e anemia. No Brasil, país onde ocorrem 90% dos casos na América Latina, mais de 3.300 pessoas são afetadas todo ano.
A zoonose, a princípio considerada rural, vem se expandindo para o meio urbano. Nas cidades, os cães são os principais reservatórios do parasita e, por essa razão, são considerados a principal fonte de infecção. Contudo, devido a uma limitação de recursos para diagnóstico em áreas endêmicas de leishmaniose visceral, a identificação dos cães infectados é dificultada.
Nesse contexto, em parceria com a Universidade Federal do Piauí, Universidade Federal da Bahia e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia, a equipe de especialistas propôs uma escala de pontuação com o potencial de distinguir casos positivos e negativos de infecção da leishmaniose visceral canina, que varia de acordo com sinais clínicos e gravidade das lesões. O trabalho foi desenvolvido com avaliação de 265 cães que apresentaram resultado positivo para leishmaniose visceral no teste diagnóstico ELISA e em testes parasitológicos.
Resultados – Constatou-se que cães infectados tiveram uma maior manifestação da maioria das evidências clínicas, previstos na escala de pontuação, como aumento dos gânglios linfáticos, lesões de focinho e orelha, estado nutricional, mucosa pálida, onicogrifose, lesões cutâneas, hemorragia, despigmentação do focinho, alopecia, blefarite e ceratoconjutivite em relação aos não infectados ou daqueles com erliquiose, que pode ser uma condição confundidora para o diagnóstico de LVC no Brasil.
Concluiu-se que a pontuação baseada nas evidências clínicas pode auxiliar veterinários a identificar de forma mais precisa cães infectados em áreas endêmicas, que contam com recursos limitados para o diagnóstico.
Clique aqui para acessar o artigo na íntegra.