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A Fiocruz Bahia participou do II Fórum de Educação Permanente e Continuada dos Conselhos de Saúde do Nordeste, realizado entre os dias 22 a 24 de julho, em Salvador. O evento, realizado pelo Fórum de Educação Permanente e Continuada dos Conselhos de Saúde do Nordeste, Conselho Estadual de Saúde e Fiocruz Bahia, com a participação do Conselho Estadual de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS/BA), reuniu secretários, técnicos e conselheiros de saúde do estado da Bahia e municípios.

A diretora da Fiocruz Bahia, Marilda de Souza Gonçalves, participou da mesa de abertura, junto à Secretária de Saúde da Bahia, Roberta Santana; o presidente do Conselho Estadual de Saúde da Bahia, Marcos Sampaio; além de representantes de secretarias do estado e conselheiros estaduais de saúde das regiões Norte e Nordeste. Também participaram do evento o Vice-diretor de Pesquisa da Fiocruz Bahia, Ricardo Riccio, e pesquisadores que ministraram palestras.

Marilda Gonçalves ressaltou a importância do Fórum para o controle social. “É um prazer imenso participar desse encontro. A Fiocruz está à disposição e comprometida com a população brasileira e com a saúde pública, seja na participação na produção de vacinas, na produção de insumos, inclusive com o Campus Virtual oferecendo vários cursos disponíveis para o acesso de qualquer cidadão”, pontuou. A diretora também apontou a importância da idealização de diretrizes para fortalecer a educação e a ciência em saúde durante o evento.

O vice-diretor de Pesquisa da Fiocruz Bahia, Ricardo Riccio, parabenizou o Fórum, considerando-o um marco histórico para o Sistema Único de Saúde (SUS). “A participação de conselheiros e usuários é fundamental para o êxito do evento e esse foi um momento democrático onde tivemos apresentações e palestras, mas tivemos também conhecimento sendo gerado nas apresentações e nos momentos de debates”, disse.

Roberta Santana, Secretária Estadual de Saúde da Bahia, compartilhou que a realização do Fórum é uma demonstração da união e do fortalecimento dos estados. “Não há conselho sem o controle social e sem a gestão. O controle social tem, sobretudo, a responsabilidade de cuidar e fiscalizar um serviço essencial, como é a saúde. Mas não cabe só fiscalizar. Cabe também construir, porque os representantes e conselheiros são a prova concreta, legítima, do que passam os nossos usuários do SUS”, observou.

O presidente do Conselho Estadual de Saúde da Bahia, Marcos Sampaio, destacou a importância das experiências das regiões Norte e Nordeste na construção de políticas públicas para essas regiões e para o país. “Já tem muita experiência exitosa, que funciona, e essa troca pode nos aproximar ainda mais e fortalecer essa construção”.

Programação

No primeiro dia, a Fiocruz Bahia fez parte da programação com a palestra ministrada por Marilda Gonçalves, sobre doenças crônicas e degenerativas. Também integraram a mesa de discussão Ana Karina, conselheira estadual de saúde; Danielle Mimoso, fisioterapeuta; e Luciano Moura, assessor da Diretoria de Gestão e Humanização do Trabalho em Saúde, da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia.

Na terça-feira, o evento discutiu, dentre outros temas, os impactos e desafios da epidemia de Zika no Brasil e as emergências endêmicas, além de mudanças climáticas como determinantes de saúde. O pesquisador da Fiocruz Bahia e presidente da Academia de Ciências da Bahia, Manoel Barral Netto, foi um dos palestrantes convidados. Além dele, o pesquisador Gustavo Matta e o estudante de pós-doutorado, Denielson Neves, ambos do Centro de Integração de Dados em Saúde (Cidacs), da Fiocruz Bahia, também participaram da mesa.

Gustavo Matta falou sobre os desafios da epidemia de Zika no Brasil, pontuando questões sociais, econômicas, o desenvolvimento de estudos e produções científicas a respeito do tema. “É uma dificuldade fazer chegar as ações de saúde e há um trabalho imenso de estruturação em relação a isso, mas essa não é a única barreira de acesso. Acho que temos que aproveitar esse debate para discutir as estratégias de desinformação”, comentou o pesquisador, ressaltando a importância da educação em saúde e da divulgação de informações confiáveis como um fator que contribui para o enfrentamento a doenças como dengue e zika.

Durante a tarde, Manoel Barral falou sobre as emergências climáticas e sua relação com a saúde, apresentando os impactos para o meio ambiente, a biodiversidade e a sociedade. O convidado também abordou o tema da tecnologia e Inteligência Artificial como ferramentas que estão disponíveis apenas para uma pequena parcela da sociedade. “O Fórum tem a possibilidade de expandir, de estimular para que nas secretarias de saúde as pessoas estejam mais capacitadas para isso. Não podemos deixar que o impacto digital seja um fator de exclusão no Brasil“, ponderou. 

Já no último dia, o evento foi marcado pela celebração dos 37 anos do Conselho Estadual de Saúde da Bahia. A mesa institucional contou com a presença do Vice-Diretor de Pesquisa da Fiocruz Bahia, Ricardo Riccio, e do coordenador do Cidacs, Mauricio Barreto. O evento também homenageou ex-conselheiros e outras personalidades por suas colaborações para o campo da saúde. Pesquisador Sênior da Fiocruz, Maurício Barreto foi um dos homenageados por sua trajetória de importantes contribuições para a Saúde Pública, com repercussão nacional e internacional.

Barreto, que é ex-conselheiro de saúde, falou sobre a importância do Conselho, especialmente para o controle social e sobre a importância da participação acadêmica neste processo. “O processo de construção do SUS tem modificado imensamente os objetivos das próprias universidades, não só no sentido da produção de conhecimento como também uma grande plataforma de treinamento para novas gerações de profissionais de saúde e outros profissionais centrais na formação e no desenvolvimento do SUS”, afirmou.

A mesa institucional contou ainda com a participação do Deputado Federal, Jorge Sola; além de Marcos Sampaio e dos conselheiros, Zirlene Matos, Paulo Barbosa, Jaqueline Bonfim e Núbia Santana.