Encontro do Fórum de Saúde das Periferias é realizado na Fiocruz Bahia

Getting your Trinity Audio player ready...

O Fórum de Saúde das Periferias da Bahia reuniu membros das comunidades de Salvador, representantes de entidades sociais, autoridades e colaboradores da Fiocruz Bahia, no dia 02 de março. O evento teve como principal objetivo discutir a saúde das populações periféricas de Salvador e Região Metropolitana, apresentando demandas específicas desse público.

A mesa de abertura foi composta pela diretora da Fiocruz Bahia, Marilda Gonçalves, pelo assessor especial do Ministério da Saúde, Valcler Rangel; por Luci Gois, assessora técnica da Superintendência de Assistência Social, representando a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social do Estado da Bahia, Fabya Reis; o coordenador executivo do Plano Fiocruz de Enfrentamento à Covid-19 nas Favelas, Richarlls Martins; e pelos representantes do Fórum de Entidades do Bairro da Paz, Nei Costa, e do Fórum Estadual de Saúde de Periferias, Sandra Munhoz. Também estiveram presentes no encontro o vice-diretor de pesquisa da Fiocruz Bahia, Ricardo Riccio; a vice-diretora de ensino, Claudia Ida Brodskyn; a vice- coordenadora do Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde (Cidacs) da Fiocruz Bahia, Maia Yury; e a representante do Núcleo Pró-equidade de Gênero e Raça, Lorena Magalhães.

O assessor especial do Ministério da Saúde falou sobre os esforços da pasta para construir um modelo de atenção à saúde que contemple as favelas e demais populações marcadas por desigualdades. “A experiência que a gente teve nesse período de pandemia, no qual nós fomos obrigados a aprender tanta coisa, traz para gente uma necessidade de pegar esse aprendizado e voltá-lo para o enfrentamento da desigualdade, do racismo, da misoginia, LGBTfobia e tantas outras questões como temas centrais”, afirmou Rangel.

Na oportunidade, Marilda Gonçalves comentou sobre o papel da Fiocruz Bahia no desenvolvimento de projetos em diversas frentes, direcionando esforços para as populações em situação de vulnerabilidade social, seja através de pesquisas científicas, iniciativas de educação em saúde ou divulgação científica. Marilda ainda reforçou a disposição da unidade em dialogar com a sociedade. “Nós temos essa aproximação com a comunidade. As portas da Fiocruz sempre estiveram abertas e sempre estarão. Nós estamos em uma instituição pública federal, de direito público, aberta a cada cidadão”, ressaltou. 

Maria Yury falou sobre os dados de disparidade social, insegurança alimentar, desigualdade de raça, etnia e gênero observados através dos estudos realizados pelo Centro. “O Cidacs tem uma série de estudos que avaliam as desigualdades sociais e a quais fatores elas estão relacionadas. Nós gostaríamos de colocar esses resultados e essas discussões à disposição para que vocês possam utilizá-los com o nosso apoio, para que possamos solicitar as intervenções para as autoridades competentes”, afirmou Yury.

A importância de promover espaços de discussão sobre a saúde de populações em situação de vulnerabilidade foi reforçada pelo professor de história e morador do Bairro da Paz há 35 anos, Nei Costa. “A nossa realidade faz com que a gente tenha que acordar e buscar solucionar os problemas que a comunidade tem”, ponderou o convidado, destacando a necessidade da implantação de uma Unidade Básica de Saúde no bairro. Já Sandra Munhoz ressaltou a relevância de articular as comunidades em prol desses espaços de discussão, compartilhando ideias e enfrentando os desafios. “Nós estamos aqui para propor que a Fiocruz Bahia seja parceira das atividades que a gente já faz”, sugeriu. 

A necessidade de dialogar com as comunidades para a construção de ações e projetos que atendam às demandas da população foi pontuada por Luci Gois. “Sem esse contato, sem essa relação direta não dá pra fazer política pública. As comunidades estão o tempo inteiro lembrando ao Estado qual o seu papel dentro da estrutura de um país e sem esse diálogo efetivo as políticas públicas desenvolvidas não fazem sentido”, afirmou. 

Richarlls Martins abordou o apoio da Fundação Oswaldo Cruz à iniciativa e o processo para a construção do Fórum e da sua equipe. “O mais significativo dessa construção foi perceber a sinergia entre as representações com as coordenações, a sociedade civil e a eclosão desse ato político que é a criação do primeiro fórum de saúde nas periferias do Brasil”, ressaltou.

O Fórum contou ainda com a participação de alunos da Fiocruz Bahia, pesquisadores e representantes de entidades como a Rede de Escolas Comunitárias do Subúrbio, Agência de Notícias das Favelas, Movimento Nacional de Luta por Moradia, Mandado Coletivo Pretas por Salvador, Associação dos Moradores da Ocupação do Trobogy, Associação de Moradores do Trobogy, Iniciativa Negra de Políticas sobre Drogas, Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Rede de Mulheres Negras da Bahia, Coletivo Resistência Preta e Núcleo de Acolhimento Psicossocial Pretos Resistentes.

Ao final das apresentações, foi aberto o espaço para discussão e demais contribuições por parte dos presentes. O próximo encontro do Fórum será realizado no dia no dia 27 de março, na Casa de Acolhimento Marielle Franco, no Campo Grande, em Salvador.

twitterFacebookmail
[print-me]