Efeitos dos anticoagulantes orais diretos no endotélio é tema de dissertação

Getting your Trinity Audio player ready...

Estudante: Patrícia Lima Junqueira
Orientação: Marilda de Souza Gonçalves
Co-orientação: Martha Silvia Martinez Silveira
Título da dissertação: EFEITOS DOS ANTICOAGULANTES ORAIS DIRETOS NO ENDOTÉLIO: UMA REVISÃO SISTEMÁTICA
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 16/10/2024
Horário: 14h00
Local: Sala Virtual do Zoom
ID da reunião: 868 5449 9855
Senha: patricia

Resumo

INTRODUÇÃO: o tromboembolismo venoso (TEV) representa a terceira causa de mortalidade cardiovascular no planeta, com impacto negativo na qualidade de vida. Desde 1856, a trombose venosa tem sido reconhecida como condição multifatorial, destacando-se, entre esses fatores, a alteração da função endotelial, importante órgão para manutenção da saúde vascular, uma vez que as células endoteliais apresentam atividades antiplaquetária, anticoagulante e anti-inflamatória. A terapia anticoagulante tem sido o pilar para o tratamento e prevenção do TEV e desde a sua incorporação ao arsenal terapêutico, os anticoagulantes orais diretos (inibidor direto da trombina: dabigatran e os inibidores diretos do Xa) têm sido amplamente utilizados na prática clínica. O uso crescente desses anticoagulantes e o reconhecimento da doença trombótica como evento multifatorial, motivou a busca por possíveis efeitos dos anticoagulantes orais diretos no endotélio vascular, além da sua atividade antitrombótica, tal como descrito com as moléculas de heparina, para que sirvam como ponto de partida para investigação desses efeitos e potenciais benefícios em determinados subgrupos de pacientes. OBJETIVO: realizou-se com o objetivo de buscar evidências sobre efeitos anti-inflamatórios, antioxidantes e de modulação endotelial dos anticoagulantes orais diretos disponíveis no Brasil (dabigatrana, rivaroxabana, apixabana e edoxabana), foi feita uma revisão sistemática da literatura, visando subsidiar a realização de um estudo pré-clínico acerca desses possíveis efeitos nas células endoteliais de veias humanas. METODOLOGIA: a busca foi realizada nas bases de dados Medline/PubMed, Embase e Lilacs, após confecção de protocolo, registrado no PROSPERO (ID: CRD42023442124), de acordo com as recomendações PRISMA. Foram coletados dados referentes ao modelo experimental utilizado, doses das medicações avaliadas, parâmetros de disfunção endotelial e efeitos dos anticoagulantes estudados nas células endoteliais de veias humanas. RESULTADOS: foram selecionados nove estudos. Todos tiveram como modelo experimental as células endoteliais de veia de cordão umbilical humano (HUVECs), onde foi testada uma ou mais de uma das drogas incluídas nesta revisão sistemática. Seis dos nove estudos avaliaram os efeitos da rivaroxabana; quatro, os da dabigatrana e apenas um avaliou os efeitos da edoxabana e outro da apixabana. Dos 9 estudos selecionados, três deles avaliaram a rivaroxabana e a dabigatrana em conjunto. Dois dos nove, estudaram os efeitos dos anticoagulantes na migração celular, outros dois na permeabilidade endotelial e efeito de barreira, um dos estudos avaliou o efeito nos danos ao DNA, todos os 9 trabalhos selecionados estudaram o efeito anti-inflamatório no endotélio através da análise de vias moleculares e/ou expressão gênica de moléculas de adesão, citocinas anti-inflamatórias e pró-inflamatórias, espécies reativas de oxigênio (ROS). CONCLUSÃO: ainda que os dados sejam escassos na literatura, os resultados descritos sugerem que os anticoagulantes orais diretos estudados (dabigatrana, rivaroxabana, edoxabana e apixabana) não parecem ter impacto na função da célula endotelial quiescente, porém, quando essas células são estimuladas e se tornam disfuncionais, essas medicações apresentam efeitos anti-inflamatórios, de redução da permeabilidade celular, contribuição na reparação de danos ao DNA, além de efeito positivo no crescimento dessas células. Tais achados servem como alicerce para investigação futura direcionadas para a amplitude dos possíveis efeitos benéficos não antitrombóticos desses anticoagulantes no endotélio.

twitterFacebookmail
[print-me]