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O Senegal tem 223 mortos pela Covid e 10.715 casos confirmados, de acordo com levantamento da Universidade Johns Hopkins.
O acompanhamento da OMS indica que o país tem registrado três mortes por dia, em média.
O cartaz que circula nas redes sociais tem a foto do medico infectologista Moussa Seydy, chefe do Departamento de Doenças Infecciosas do Hospital Fann e responsável pelo manejo da pandemia no país africano. Ele deu uma entrevista em abril a uma revista francesa, na qual explica que foi estabelecido um protocolo para tratamento de pacientes menos graves com hidroxicloroquina. O primeiro caso no país, porém, foi registrado em 2 de março.
Além de a cloroquina não ser utilizada em todos os casos, na mesma entrevista Seydy disse que o país adotou várias outras medidas de prevenção, entre elas fechamento de fronteiras e proibição de grandes reuniões, uso de máscaras e distanciamento social. É importante destacar ainda que a população do país é considerada jovem, o que diminui a incidência de casos graves.
Procurado pela equipe do Fato do Fake, Seydy confirma que o remédio não foi adotado desde o primeiro caso – mas que vem sendo utilizado há mais de quatro meses – e desmente o uso sem restrições. “A hidroxicloroquina não é usada em crianças menores de 8 anos, mulheres grávidas e quando há contraindicação”, afirma.
Ele afirma, porém, que o tratamento segue, apesar das recomendações em contrário das autoridades de saúde mundiais. “Nossos próprios resultados e nossas próprias descobertas nos dizem que o protocolo hidroxicloroquina-azitromicina é eficaz. Estudos recentes não podem alterar nossos resultados e vice-versa. Sem mencionar que todos os estudos não usaram o mesmo protocolo que eu ou Didier Raoult [médico e microbiologista francês] em termos de dosagem, duração do tratamento e combinação de medicamentos”, diz.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) anunciou em junho a suspensão, pela segunda vez, dos ensaios clínicos com hidroxicloroquina contra a Covid-19. Segundo a entidade, as evidências científicas apontam que a substância não reduz a mortalidade em pacientes internados com a doença.
Em julho, o diretor de emergências da OMS, Michael Ryan, disse que a OMS não indica o uso da cloroquina em pacientes de coronavírus porque não foi possível demonstrar um benefício claro para os pacientes.
Fonte: G1