Dissertação investiga perfil epidemiológico de bactérias resistentes a antibióticos em hospitais de Salvador

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AUTORIA: Lorena Galvão de Araújo
ORIENTAÇÃO: Joice Neves Reis Pedreira
TÍTULO DA TESE: “INFECÇÕES DE CORRENTE SANGUÍNEA CAUSADAS POR ENTROBACTÉRIAS RESISTENTES A CARBAPENÊMICOS EM HOSPITAIS TERCIÁRIOS DE SALVADOR, BAHIA: CARACTERIZAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA E CLÍNICA”.
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 28/06/2019

RESUMO

As infecções de corrente sanguínea (ICS) causadas por enterobactérias resistentes a carbapenêmicos (ERC) devido à produção de carbapenemases tornaram-se uma grande preocupação mundial, tanto por sua elevada letalidade, quanto pelas limitadas opções terapêuticas para tratamento de pacientes acometidos. No Brasil, o primeiro relato de enterobactérias produtoras de carbapenemases ocorreu em 2005, enquanto que a detecção da carbapenemase do tipo KPC aconteceu pela primeira vez em 2009. A partir de então, outros relatos surgiram no país, embora para alguns estados brasileiros os dados ainda sejam escassos, como é o caso da Bahia. Assim, o objetivo deste trabalho é descrever características epidemiológicas e clínicas e a letalidade de pacientes com ICS por ERC, identificando as principais enterobactérias isoladas e seu perfil de sensibilidade antimicrobiana. O estudo também investigou os fatores de risco (FR) para aquisição de infecções por ERC e mortalidade associada, além dos principais regimes antimicrobianos utilizados para tratamento. A partir de uma coorte retrospectiva foram incluídos casos de ICS por enterobactérias provenientes de dois hospitais terciários de Salvador-Bahia, entre janeiro de 2016 e fevereiro de 2018. Dados epidemiológicos foram coletados através de revisão de prontuários e os isolados foram identificados com a tecnologia do MALDI-TOF® e pelo VITEK-2®. O perfil de susceptibilidade aos antimicrobianos foi realizado através do sistema automatizado (VITEK-2®). Análises estatísticas descritivas e univariadas foram efetuadas através do programa Epi Info v 3.5.1. Foram identificados 242 casos de ICS, com um total de 255 isolados de enterobactérias, sendo Escherichia coli (43,9%) e Klebsiella pneumoniae (34,1%) as mais frequentes. A letalidade foi de 40,9%, com K. pneumoniae e Proteus mirabilis apresentando os perfis de sensibilidade menos suscetíveis. Infecções relacionadas à assistência à saúde, uso prévio de antibióticos, colonização por Gram negativos resistentes aos carbapenêmicos e infecções por K. pneumoniae e P. mirabilis foram FR para ICS por ERC (p<0,05). No grupo de ICS por ERC, idade, qSOFA e SOFA, escore de bacteremia de Pitt≥4 e internação em unidade de terapia intensiva foram FR para o óbito. Diante dos achados, conclui-se que as ICS causadas por ERC apresentam elevada letalidade, sendo a compreensão de sua epidemiologia fundamental para o estabelecimento de melhores estratégias terapêuticas e na adoção de medidas preventivas.

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