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Autoria: Larissa Matos Almeida Moura
Orientação: Marcus Fernando da Silva Praxedes
Título da dissertação: USO DA FOTOBIOMODULAÇÃO EM PACIENTES COM CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO TRATADOS EM UM SERVIÇO DE ONCOLOGIA NO BRASIL
Programa: Pós-Graduação em Pesquisa Clínica e Translacional
Data de defesa: 29/07/2022
Horário: 09h00
Local: Sala virtual do Zoom
ID da reunião: 830 9324 8343
Senha de acesso: defesa
Resumo
Introdução: O câncer de cabeça e pescoço (CCP) é a sétima neoplasia mais comum no mundo, sendo responsável por cerca de 800.000 novos casos e 270.000 mortes anualmente. O tratamento com Quimiorradioterapia (QRT), especialmente a com uso de platina em altas doses, é frequentemente utilizado nos pacientes com doença localmente avançada e está associado a um ganho significativo de sobrevida e maior controle de doença. Porém, esse tratamento ocasiona uma elevada toxicidade. A mucosite oral (MO) é um evento adverso frequente e potencialmente grave associado ao tratamento com QRT, sendo caracterizada lesões na mucosa oral, associado a dor local intensa e dificuldade de deglutição, que costuma progredir para um quadro de desidratação e perda ponderal importante. Esse evento adverso pode gerar uma necessidade de interrupção, temporária ou definitiva, da terapia e, nos casos mais severos, internamento hospitalar, aumentando o custo global do tratamento. Até o momento, existem poucas terapias eficazes para MO induzida por QRT, com destaque para a fotobiomodulação, que é considerada uma das terapias mais efetivas para a prevenção e tratamento deste evento adverso. Objetivo: Avaliar o uso da FBM profilática e sua relação na perda ponderal e no desenvolvimento da mucosite oral em pacientes com CCP que receberam tratamento oncológico com QRT em um serviço privado de oncologia no Brasil. Métodos: Estudo de coorte retrospectiva, que incluiu pacientes com CCP submetidos a tratamento com radioterapia em concomitância com terapia sistêmica. Os pacientes foram divididos em dois grupos: 1) pacientes que receberam tratamento com FMB e 2) pacientes que não receberam FMB. Resultados: 30 pacientes foram incluídos no estudo, 15 em cada grupo, com média de idade de 62 anos no grupo PBM e 63,2 anos no grupo controle. A maioria dos pacientes era do sexo masculino, com doença localmente avançada (estadiamento III ou IV), submetidos a tratamento com intenção radical com radioterapia concomitante a cisplatina em alta dose (100 mg/m² a cada 3 semanas). O uso de FBM apresentou efeito protetor em relação ao desenvolvimento de MO graus 3 ou 4 [Odds Ratio 0,22 (0.04-1.11)], independentemente do tamanho do tumor (p= 0.5508) e do acometimento linfonodal (p= 0.3564). A intensidade de perda ponderal foi mais acentuada no grupo controle, com uma redução no risco de perda ponderal maior que 5%, porém essa diferença não apresentou significância estatística. Conclusão: O uso da FBM profilática mostrou relação com menor risco de perda de peso e efeito protetor no desenvolvimento de MO grave na população deste estudo, embora a diferença entre os dois grupos não tenha sido estatisticamente significante. Esses resultados podem ter impacto direto na qualidade de vida do paciente, além de possibilitar maior adesão ao tratamento, menor número de internações e, consequentemente, redução dos custos globais do tratamento. Estudos adicionais com uma amostra maior e melhor controle de possíveis fatores de confusão são justificados. Espera-se que esses resultados sejam levados em consideração pelos gestores locais a fim de reforçar o benefício do uso profilático da FBM.