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AUTORIA: Thiale Borges Silva dos Santos
ORIENTAÇÃO: Jaqueline França Costa
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Avaliação do potencial imunomodulador de fármacos relacionados à inibição da arginase no tratamento da leishmaniose tegumentar”.
PROGRAMA: Pós-Graduação em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 20/11/2019
HORÁRIO: 14h
RESUMO
A Leishmaniose Tegumentar, causada pelo parasito Leishmania, afeta milhões de indivíduos em todo o mundo. Atualmente, os compostos antimoniais são o tratamento de primeira escolha para o tratamento de pacientes com leishmaniose, apesar da citotoxicidade e dos efeitos adversos que eles causam. Estudos prévios realizados in silico (modelo farmacofórico) identificaram 116 compostos com potencial inibidor da enzima arginase, uma enzima chave na biossíntese de poliaminas, e que é essencial para a proliferação do parasita. Ensaios in vitro para testar os três compostos (A4021, M5171 e S783579) com melhor escore de acoplamento, melhor solubilidade e menor custo foram realizados com arginase recombinante, formas promastigotas de Leishmania amazonensis e macrófagos infectados. Os fármacos A4021, M5171 e S783579 não apresentaram efeito inibitório da arginase recombinante purificada em nenhumas das concentrações usadas (500;125;31,25;7,81;1,95 e 1,95μM). No que se refere a cultura axênica de L. amazonensis, detectamos uma redução na proliferação de parasitas nas concentrações mais altas utilizadas (1000,500 e 100 μM) e observamos redução da atividade da arginase nos tratados com M5171 e S783579. Além disso, através de microscopia de florescência observou-se dilatação nuclear e coloração com iodeto de propídio pela alteração da permeabilidade da membrana, sugerindo que os fármacos causam necrose secundária ou apoptose tardia. Quanto a morfologia intracelular, avaliada por microscopia eletrônica de transmissão, observamos estruturas indicativas de processo de morte celular nos tratados com M5171 e S783579. Em relação, ao efeito de M5171(77,88μM) e S783579 (379,5μM) na interação parasita-hospedeiro observamos redução na carga parasitária, sendo o M5171 o mais eficaz, embora não tenha sido detectado redução na atividade da arginase. O estudo com A4021 foi interrompido por dificuldade de diluição e baixa eficácia. Embora os compostos apresentassem toxicidade para leishmania, a viabilidade dos macrófagos humanos não foi afetada em nenhuma das concentrações avaliadas pelo ensaio Alamar Blue (1000,100,10,1 e 0,1μM). Estes resultados demonstram a eficácia da abordagem in silico para selecionar compostos como possíveis candidatos para controlar a replicação de L. amazonensis. Além disso, a ausência de toxicidade celular e complexidade estrutural da A4021, M5171 e S783579 torna-os bons candidatos para otimização e design de novos fármacos com a perspectiva no desenvolvimento de tratamentos mais eficazes para a leishmaniose cutânea causada por L. amazonensis.
Palavras-chave: Arginase. Leishmania amazonensis. Leishmaniose tegumentar. Triagem in silico.