Persistência da esquistossomose em bairro de Salvador é analisada em dissertação

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Autoria: Fernanda Mac-Allister da Silva Carvalho Cedraz
Orientação: Lúcio Macedo Barbosa
Título da dissertação: “AVALIAÇÃO DOS FATORES ENVOLVIDOS NA PERSISTÊNCIA DA ESQUISTOSSOMOSE E A INFLUENCIA DE INTERVENÇÕES ESTRUTURAIS EM UMA COMUNIDADE DE SALVADOR, BAHIA EM DOIS ANOS CONSECUTIVOS
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 15/10/2021
Horário: 10h00
Local: Sala virtual do Zoom

RESUMO

INTRODUÇÃO: A rápida urbanização no Brasil é caracterizada pela migração desordenada de pessoas das áreas rurais para as urbanas, produzindo comunidades aglomeradas com saneamento básico precário. Saramandaia, um bairro urbano que reporta casos de esquistossomose, éuma comunidade marcada pela presença de hortas onde o trabalho exige o contato direto com águas superficiais. Recentemente, a prefeitura removeu essas hortas e córregos próximos, com o intuito de diminuir o número de casos. OBJETIVO: Avaliar os fatores que contribuem para a persistência da esquistossomose e a influência de intervenções estruturais no bairro de Saramandaia, bem como, descrever os dados sociodemográficos e ecológicos, identificar as características epidemiológicas associadas a infecção e avaliar os impactos das medidas de intervenção na estrutura genética da população de S. mansoni nessa mesma comunidade nos anos de 2018 e 2019.METODOLOGIA: Em 2018, foi realizado um inquérito sociodemográfico e comportamental seguido da coleta de até três amostras de fezes em dias distintos para diagnóstico por Kato-Katz. Os positivos foram tratados com praziquantel e reexaminados. Em 2019, outro estudo transversal foi realizado na mesma população seguindo o mesmo protocolo. O DNA extraídos dos ovos, foram genotipados para dez marcadores microssatélites. A frequência alélica de infrapopulações e populações componentes foram utilizadas para medir a diferenciação e a diversidade (tamanho efetivo da população-Ne). RESULTADOS: Em 2018, 1799 participantes foram entrevistados e a média de idade era 31 ± 19 anos, sendo 57% do sexo feminino. Desses, 5,7%) testaram positivo para S. mansoni, com média de 64 ± 110 ovos por grama de fezes (opg). Os fatores associados à esquistossomose foram sexo masculino (OR = 2,5; p = <0,001), idade acima de 15 anos (p = 0,001) e contato com água em dois pontos da comunidade com odds ratiosemelhante (OR = 2,2; p = 0,005); Viagem e nascimento fora de Salvador não foram associados. No reexame em 2019, 640 (35,6%) participaram e 195 foram incluídos no estudo. A incidência foi de 1,7% (11/640), a taxa de reinfecção de 2,4% (1/42) e a prevalência caiu para 2,9% (24/835) (p = 0,001). A prevalência de novos participantes foi de 6,7 (13/195).Em 2018, Di (diferenciação média entre infrapopulações) era alta (0,228), assim como em 2019 (0,297; Cohen ́sD = 0,462). Resultados semelhantes foram vistos avaliando sexo, idade e contato com os 3 pontos de contato de água na comunidade. Dc (diferenciação média das populações componentes de 2018 vs 2019) foi moderado entre os dois anos (0,077) e nos novos indivíduos (0,071). No entanto, os casos incidentes foram diferenciados da população inicial de 2018 (0,124). Ne de 2018, para 2019. reduziu 93%. CONCLUSÃO: Uma rodada de tratamento com praziquantel juntamente com a intervenção estrutural foram eficazes na redução da prevalência. Diagnóstico, tratamento e outras medidas de intervenções mais amplas serão necessárias para impactar o potencial biológico do S. mansoni em Saramandaia.

Palavras-chave: Esquistossomose Urbana. Schistosoma mansoni. Estrutura populacional genética. Salvador.

 

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