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AUTORIA: Paula Rocha Dantas Silva
ORIENTAÇÃO: Geraldo Gileno de Sá Oliveira
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “Ensaio quantiferon modificado na leishmaniose visceral canina”
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 19/12/2018
RESUMO
A leishmaniose visceral (LV) é uma doença grave que acomete principalmente o homem e o cão, sendo o último o principal reservatório e o principal reservatório do agente causal, Leishmanias do complexo Leishmania donovani. No Brasil, o programa de controle de leishmaniose visceral tem como principais diretrizes o tratamento de casos humanos, combate ao inseto vetor, identificação e eliminação de cães infectados e medidas de educação em saúde e estabelece como método de detecção da LV canina (LVC) a triagem com um teste rápido (DPP, plataforma de duplo percurso) e a confirmação por um ensaio imuno-enzimático. Contudo, somente uma parte dos cães infectados é capaz de transmitir o parasito para insetos vetores. Provavelmente, para o controle da LV, é contraproducente remover das áreas endêmicas cães infectados que exibem a capacidade de controlar a infecção e não infectivos para o inseto vetor. Um ensaio denominado QuantiFERON, utilizado para o diagnóstico da tuberculose, tem despertado interesse em pesquisas sobre leishmaniose. No presente trabalho, foi avaliada a utilidade de um ensaio QuantiFERON modificado para a discriminação de cães suspectíveis e resistentes a LV. Para isso, foi realizada uma avaliação de corte transversal em uma área endêmica de LV, na qual cães foram classificados em grupos: a) sem marcador de infecção ou b) infectados com baixo escore clínico ou c) infectados com alto escore clinico para LV. Além disso, em uma avaliação longitudinal, na qual cães infectados de área endêmica foram acompanhados durante dois anos, esses foram classificados quanto a manifestações clinicas em grupos: a) infectados com baixo escore clínico, b) infectados com escore clínico intermediário e c) infectados com alto escore clínico para LV. Um grupo de cães sem infecção, controle negativo de área não endêmica foi utilizado em ambos estudos. No ensaio, amostras de sangue periférico anticoagulado foram incubadas na ausência de antígenos ou na presença de antígenos solúveis Leishmania ou de antígenos recombinantes de Leishmania (rLc2-NT-CT, rLc2-NT-5R-CT ou KMP-11) e a concentração de interferon gama (IFN-γ), inteleucina-2 (IL-2), IL-6, IL-10 e fator de necrose tumoral alfa (TNF-α). Infelizmente devido a problemas técnicos, a mensuração de IFN-γ não pode ser realizada. O ensaio QuantiFERON modificado apresentou utilidade na identificação de cães infectados por Leishmania com as citocinas IL-6, e principalmente TNF- α e IL-10 nos cães resistentes e com baixo e escore clínico, os antígenos SLA, rLci2-NT-CT e rLci2-NT-5R-CT apresentaram maior potencial, o antígeno KMP-11 não foi útil na maior parte das análises. Nenhum dos antígenos induziram a produção de IL-2 em nenhum dos grupos. Conclui-se que o ensaio QuantiFERON modificado apresentou grande potencial na identificação da infecção inclusive no grupo de cães sem infecção detectada pelos outros testes aplicados, o antígeno recombinante rLci2-NT-CT induzindo a produção de IL-10 aprsentou o maior potencial no ensaio QuantiFERON modificado.
Palavras-chaves: leishmaniose visceral canina; citocinas; QuantiFERON modificado; Leishmania infantum; resposta imune.