Dissertação avalia complexos metálicos para tratamento contra malária

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AUTORIA: Mariana Da Cruz Borges Silva
ORIENTAÇÃO: Diogo Rodrigo de Magalhães Moreira
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “AVALIAÇÃO FARMACOLÓGICA DE COMPLEXOS METÁLICOS COM AMODIAQUINA PARA O TRATAMENTO DA MALÁRIA”
PROGRAMA: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
DATA DE DEFESA: 25/07/2019
HORÁRIO: 09h

RESUMO

A malária, doença grave e complexa, tem impactos significativos no mundo, particularmente na África, América do Sul e Ásia, onde atualmente se dissemina por milhões de pessoas e é uma das principais causas de morte decorrentes de doenças infecciosas. A resistência aos antimaláricos disponíveis agravou o cenário mundial do tratamento da doença, tornando necessário o desenvolvimento de novos agentes com atividade antiparasitária e que atuem em estágios diversos do ciclo de vida do Plasmodium spp. Nosso grupo de pesquisa tem demonstrado nos últimos anos, atividade antiparasitária mais potente de complexos metálicos conjugados a antimaláricos. No presente trabalho, três complexos de rutênio (RuAQ, RuPAQ e RubipyAQ) e um de ouro (AuPAQ) conjugados à amodiaquina (AQ) foram avaliados quanto à atividade antiparasitária in vitro, utilizando a cepa W2 de P. falciparum. Os complexos de rutênio e ouro mostraram atividade antiparasitária in vitro, com valores de CI50 próximos ou menores que os demonstrados com a amodiaquina sozinha, e também tiveram baixa citotoxicidade quando testados em culturas de J774 e HepG2 (células de mamíferos). Os complexos AuPAQ e RuPAQ apresentaram atividade potente frente a esporozoítos de P. berghei, caracterizando um perfil multiestágio desses complexos. Esses complexos apresentaram atividade potente contra asformas sexuadas do P. falciparum, os gametócitos, quando comparados com a AQ. Os compostos AuPAQ e RuPAQ foram testados in vivo em camundongos da linhagem Swiss Webster infectados com a cepa NK65 de P. berghei. No modelo de supressão da infecção por P. berghei in vivo, os animais tratados com AuPAQ e RuPAQ apresentaram parasitemia reduzida em relação aos controles tratados apenas com veículo, e as taxas de sobrevivência dos animais tratados com os compostos foram superiores às do grupo não tratado e, sendo o AuPAQ, superior ao tratado com AQ. Por fim, o complexo de ouro foi capaz de reduzir a formação de cristais de hemozoína em camundongos infectados com P. berghei tratados por 24 horas de maneira potente, sendo mais eficaz do que a AQ. Nossos dados mostram que os complexos inéditos de rutênio e ouro conjugados à AQ aqui testados são efetivos e atuam de forma multiestágio, sendo assim, bons candidatos a novos compostos antimaláricos.

Palavras-chave: malária, antiparasitários, amodiaquina, complexos metálicos.

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