Dissertação avalia a influência do diabetes no resultado da leishmaniose cutânea localizada

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AUTORIA: Ícaro Bonyek Santos da Silva
ORIENTAÇÃO: Natália Machado Tavares
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO: “A INFLUÊNCIA DO DIABETES NA PATOGÊNESE DA LEISHMANIOSE CUTÂNEA: O PAPEL DO LEUCOTRIENO B4.”
PROGRAMA: Mestrado em Patologia Humana-UFBA /FIOCRUZ
DATA DE DEFESA: 17/07/2018

INTRODUÇÃO: A leishmaniose permanece como uma das doenças tropicais mais negligenciadas do mundo. A resposta imune do hospedeiro contra a Leishmania tem um papel crítico na eliminação dos parasitas, mas também é responsável pela inflamação e gravidade da doença. A forma cutânea localizada (LCL) é caracterizada pela presença de uma única lesão ulcerada na pele e inflamação descontrolada. A suscetibilidade aumentada de infecções de pele é uma das complicações do diabetes. Quando comparada ao estado euglicêmico, a hiperglicemia leva a alterações na produção de citocinas e quimiocinas pró-inflamatórias, principalmente pelo aumento da produção de leucotrieno B4 (LTB4), um mediador lipídico inflamatório.

OBJETIVO: Nesse contexto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a influência do diabetes no resultado do LCL humano, considerando o papel do LTB4.

MATERIAL E MÉTODOS: Primeiramente, foram medidos os níveis séricos de mediadores inflamatórios, como LTB4, PGE2, IL-1β, IL-6, TNF-α e IL-10 por ensaio imunoenzimático (ELISA) em pacientes euglicêmicos ou hiperglicêmicos com LCL. Em seguida foi feito uma correlação com dados clínicos, como glicose, tempo, tamanho, número e área da lesão. Para determinar à suscetibilidade a infecção por Leishmania braziliensis, foi feito a infecção de macrófagos de indivíduos diabéticos ou não, cultivados em condições com baixa e alta concentração de glicose. O sobrenadante da cultura foi destinado a mensuração do LTB4 e as células para análise da expressão gênica de receptores do tipo Toll (TLR) e do BLT1.

RESULTADOS: Detectamos aumento de LTB4, IL-6 e TNF-α no plasma de pacientes diabéticos com LCL comparado a não diabético. Interessantemente, apenas o LTB4 apresentou correlação positiva com o tempo de cicatrização. Os ensaios in vitro indicam que a glicose aumenta a taxa de infecção e a viabilidade de parasitos de maneira dose-dependente em macrófagos humanos infectados por L. braziliensis. Além disso, a alta concentração de glicose modula negativamente BLT1, TLR2 e TLR4.

CONCLUSÃO: Juntos, esses resultados sugerem que pacientes diabéticos produzem altos níveis de LTB4 e que este está relacionado com o tempo de cicatrização. Além disso, altas concentrações de glicose aumentam a suscetibilidade de macrófagos à infecção por L. braziliensis através da modulação negativa de BLT1, TLR2 e TLR4 diminuindo assim, a ação do LTB4 produzido exacerbadamente.

Palavras-chave: LTB4; Diabetes; Leishmania baziliensis; Inflamação.

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