Dissertação analisa aspectos da coqueluche em Salvador de 2011 a 2016

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Autoria: Lucas de Oliveira Araújo
Orientação: Leila Carvalho Campos
Título da dissertação: “Aspectos Clínicos e Epidemiológicos da Coqueluche em Salvador nos anos de 2011 a 2016”.
Programa: Pós-Graduação em Biotecnologia em Saúde e Medicina Investigativa
Data de defesa: 13/02/2020
Horário: 09h30

RESUMO

INTRODUÇÃO: A coqueluche é uma doença infecciosa do trato respiratório causada pela bactéria Bordetella pertussis. Na Bahia, assim como no Brasil e no mundo, vem-se observando a reemergência da doença. Os aspectos clínicos e epidemiológicos podem auxiliar na compreensão dos possíveis fatores associados à ocorrência e ao comportamento da coqueluche. OBJETIVOS: 1) Geral: Investigar os aspectos clínicos e epidemiológicos dos casos de coqueluche em cinco hospitais de referência em Salvador, no período de 2011 a 2016; 2) Específicos: Identificar os casos de coqueluche notificados nos cinco hospitais; Descrever os aspectos sóciodemográficos, clínicos e epidemiológicos; Verificar os critérios de confirmação, a situação vacinal, as medidas de investigação e o desfecho; Analisar os fatores associados àocorrência da coqueluche nos casos identificados. MATERIAL E MÉTODOS: Estudo descritivo e retrospectivo do tipo corte transversal. Através do Sistema de Informações de Agravos de Notificação e do banco de dados paralelo da Divisão de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia, foram selecionados cinco hospitais que apresentaram o maior número de notificações durante o período de estudo. Os prontuários e as fichas de notificação foram analisadas, coletando-seos dados sociodemográficos e clínico-epidemiológicos dos pacientes. Esses dados foram armazenados em um banco de dados eletrônico através do sistema REDCap. A análise estatística foi realizada utilizando o software STATA v12, categorizando os casos suspeitos de coqueluche como confirmados e não confirmados. A razão de prevalência foi calculada através da Regressão de Poisson com variância robusta. A diferença entre os dois grupos foi avaliada através do Qui-Quadrado de Pearson e Exato de Fisher. Adotamos um intervalo de confiança de 95% com um nível de significância de 5% para todas as análises. RESULTADOS: A ocorrência da coqueluche foi duas vezes maior na faixa etária <2 meses (RP=2,82) e ≥2 meses e <4 meses (RP=2,44). Identificou-se uma maior ocorrência da doença entre os não vacinados (RP=1,51; p<0,001). Todos os casos investigados apresentaram tosse em associação a um ou mais sintomas da doença, destacando-se a tosse paroxística e a cianose (p<0,001). A confirmação dos casos de coqueluche foi duas vezes mais frequente através do critério clínico. Notou-se a ausência de informações sobre o contato com caso suspeito ou confirmado de coqueluche, bem como com a não identificação de comunicantes íntimos. CONCLUSÕES: Os casos apresentaram o padrão esperado, ocorrendo na maioria em lactentes e não vacinados. A predominância do critério clínico na confirmação da doença indica uma necessidade de fortalecimento do critério laboratorial. Constatamos a ausência de informações importantes como os aspectos vacinais. A pesquisa de contatos íntimos deve ser fomentada a fim de contribuir para a melhoria do processo investigativo dos casos da doença.

Palavras-chave: Bordetella pertussis, coqueluche, tosse convulsa, epidemiologia, vacinas, fatores de risco, dados clínicos.

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