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A tuberculose pulmonar é a principal causa de morte por infecção e atinge uma a cada quatro pessoas no mundo. A comorbidade por diabetes é uma condição que faz com que indivíduos desenvolvam tuberculose com hiper-inflamação e maior facilidade do que com outros indivíduos sem essa condição crônica. A forma em que o tratamento contra tuberculose interage com a diabetes ainda não é amplamente estudado.
Uma investigação desenvolvida através de uma parceria entre a Fiocruz Bahia e instituições presentes na Índia, Estados Unidos e Brasil, liderada pelo pesquisador da Fiocruz Bahia, Bruno Bezerril, e pelo pós doutorando do Programa Nacional de Pós Doutorado/Capes (PNPD/Capes) Kiyoshi Fukutani, analisa a resposta ao tratamento contra tuberculose em pacientes sem e com diabetes. O artigo “Persistent inflammation during anti-tuberculosis treatment with diabetes comorbidity”, foi publicado no periódico eLife Sciences.
No estudo longitudinal, foram verificados 17 citocinas do plasma, que são proteínas e peptídeos secretados por células de defesa, de pacientes brasileiros e indianos durante e após o tratamento contra tuberculose. As análises das resposta aos medicamentos foram feitas através de estudos de população, mensuração de plasma e análise estatísticas.
Nos resultados, foi notado que, entre o início do tratamento e seis meses após a conclusão da terapia, pacientes que desenvolveram a infecção associada a diabetes tinham um maior nível de inflamação do que outros pacientes que não tinham a comorbidade tuberculose-diabetes, separando-os virtualmente em dois grupos diferentes.
Por outro lado, após um ano do tratamento, foi notado, tanto na população brasileira como na indiana, que os índices de infecção estabilizaram no mesmo patamar entre os dois grupos. Além disso, em pacientes que a tuberculose é associada a diabetes o prognóstico é mais difícil, por causa de atrasos ou não de esterilização das lesões pulmonares, maior danos permanentes nos pulmões, entre outros efeitos de longo prazo desfavoráveis.
A investigação concluiu que a relação entre tuberculose e diabetes faz com que a inflamação sistêmica tenha uma maior persistência, mesmo após a aplicação do tratamento. Também, a pesquisa apontou que é necessário tratar a tuberculose com maior rigor para evitar danos maiores em pessoas com tuberculose que têm diabetes. Atualmente, os pesquisadores estão desenvolvendo um novo tratamento com antibióticos para curar de maneira mais rápida a infecção e prevenir o paciente de ter maiores danos.